A Califórnia é a terra da ficção onde um brasileiro caminha pelas estrelas. Luciano Camilo Alexandre é engenheiro de telecomunicações do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. O JPL é responsável pelas missões robóticas interplanetárias. E o país que exporta talentos para o futebol também tem um craque nesse time. “É um sonho desde criança. Acho que todo engenheiro tem esse sonho de um dia visitar pelo menos a Nasa, mas trabalhar aqui é algo assim que eu posso dizer: um sonho realizado”, diz Luciano.

Formado em Santa Rita do Sapucaí (MG), Luciano é ex-aluno de colégio agrícola. Filho de bancário e professora, o doutor em engenharia de telecomunicações viu a vaga da Nasa em um anúncio de internet, quando já estava desiludido com a profissão. “Em 2019, eu até pensei em abandonar a engenharia. Quando eu perdi meu pai, eu tinha R$ 3 no bolso e não sabia o que ia ser da minha vida”, relata emocionado.

Aos 39 anos, ele é líder de grupo na área de telecomunicação robótica. “Nós temos o planejamento de comunicação com cada espaçonave, com cada missão no espaço. Para cada missão, eu tenho como se fosse uma pista de rodovia, onde vou transmitir e receber dados, e eu tenho que garantir que nenhuma missão vai interferir na outra.

Atualmente, a Nasa tem 40 missões no espaço. Inteligência artificial e comando remoto serão as tecnologias que serão usadas numa nova missão: a visita a uma das luas de Júpiter, Europa, cuja superfície esconde um oceano congelado e pode ter sinais de vida. “Nós estamos desenvolvendo alguns experimentos na área de telecomunicações justamente para simular um possível ambiente similar ao que a gente poderia ver lá na Europa. Então a gente tem temperaturas muito baixas, a comunicação tem que ser através de gelo, e por isso nós fomos ao Alasca e ficamos uma semana testando qual a influência do gelo no sistema de telecomunicações”, diz Luciano.

Outra missão nos planos da Nasa é a Artemis, a volta do homem à Lua. E, para essa nova empreitada, a equipe do Luciano vai tentar liberar o Wi-Fi para os astronautas. “Essas frequências possam habilitar novos tipos de serviços, como, por exemplo, talvez você possa utilizar o celular, o Wi-Fi, um Bluetooth, utilizando as mesmas tecnologias que nós temos aqui na Terra, mais adaptadas ao ambiente lunar”.

Fonte//G1

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