Em tempo de Páscoa, o que mais se vê no Brasil e em sua capital, Brasília, são Judas, traidores, aflorando pelas vielas da República enlameada de corrupção. Com a prática das delações premiadas, então, ser Judas, virou moda, e muito atraente, pois, a traição renderá uma pena mais branda. É um salve-se quem puder! Além dos judas que sofrem inquéritos, na maioria presos proeminentes da elite política e empresarial, há ainda, os que tentam sobreviver a todo custo, claro, traindo, confabulando, preparando novas conspirações. Ontem, Renan Calheiros, juntamente com a senadora Katia Abreu do Tocantins e mais 10 senadores da base aliada de Temer, jantaram uma fritada de aratu (espécie de caranguejo), especialidade culinária de Kátia, a amiga de Dilma. Na fritada de aratu, fritaram Temer e a reforma previdenciária. Renan Calheiros alega ter ouvido as vozes das ruas, contrárias às reformas, mas enxerga mais além, ele mira 2018. Judas, digo, Renan Calheiros, precisa se eleger para não perder o foro privilegiado, logo ele, que tem vários inquéritos pendentes aguardando no STF. Renan, ou Judas, pode também ter se animado com as pesquisas eleitorais, que indicam o jararaca como favorito às eleições presidenciais. Será? Claro, Renan quer sobreviver, assim como Sarney entre outros são artistas da sobrevivência política. Para eles pouco importa a voz do povo, a voz de Deus e muito menos, a voz de Moro. Vejam que participava com Renan Calheiros e Katia Abreu, no jantar dos alcoviteiros: José Sarney, sua filha Roseana Sarney, Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA), Marta Suplicy (SP) e Roberto Requião (PR) e o ministro Helder Barbalho (filho de Jader Barbalho). O que eles querem? Ora, essa turma que frequenta as páginas dos principais jornais brasileiros, denunciados por corrupção, querem independente de quem seja o presidente e qual seja o partido, continuar mamando nas fartas tetas da pátria Brasil. Não que Temer seja um Jesus, longe, muito longe disso, mas terá mesmo assim, seus Judas. Consta na bíblia, que Judas vendeu Cristo aos seus perseguidores, por 30 moedas e depois matou-se enforcado. Teria se arrependido? Não será o caso dos nossos Judas capitaneados por Renan Calheiros, estes pedirão bem mais que trinta moedas e não se enforcarão nunca, por que antes de tudo, são hábeis surfistas nas ondas do mar revolto da política brasileira. Nada surpreendente neste nosso Brasil. Afinal, para quem já teve Silvério dos Reis na sua história traindo Tiradentes, os judas de Brasília, são apenas alguns traíras a mais na conjuntura política nacional. Em tempo de Páscoa, o que mais afloram são Judas, traindo a tudo e a todos.
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