A doença misteriosa matou uma pessoa e causou a internação de pelo menos outras sete com idades entre 23 e 76 anos, em Belo Horizonte (MG), pode ter tido a causa descoberta por policiais. As vítimas apresentaram os mesmos sintomas — desconforto gastrointestinal (náusea, vômito e dor abdominal), insuficiência renal aguda de evolução rápida (em até 72 horas) e alterações neurológicascomo paralisia facial, vista borrada, cegueira total ou parcial.
Um laudo da perícia criminal da Polícia Civil aponta a contaminação de duas amostras da cerveja Belorizontina, da cervejaria Backer, com a substância dietilenoglicol. O documento foi enviado pela polícia a autoridades estaduais e municipais da área da saúde.
Em laudo enviado para a secretaria de Saúde de Belo Horizonte e do estado de Minais Gerais, um perito da Polícia Civil informa que “nas duas amostras de cerveja encaminhadas pela vigilância sanitária do município de Belo Horizonte (cerveja pilsen marca Belorizontina lotes L1 1348 e L2 1348) foi identificada a presença da substância dietilenoglicol em exames preliminares. Ressalto que estas garrafas foram recebidas lacradas e acondicionadas em envelopes de segurança da vigilância sanitária municipal”. A informação foi confirmada mais tarde em coletiva de imprensa.
Quatro garrafas da cerveja, recolhidas pela Vigilância Sanitaria na casa de pacientes que sentiram os sintomas da doença misteriosa, foram enviadas para análise paa o Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais, para investigar possível contaminação.
Em nota, a Backer informou ser preciso ressaltar que “a substância não faz parte do processo de produção da cerveja Belorizontina”. Mas que “por precaução, os lotes em questão – L1 1348 e L2 1348 – citados pela Polícia Cilvil, e recolhidos na residência dos consumidores citados, serão retirados imediatamente de circulação, caso ainda haja algum remanescente no mercado”. A Backer também afirma “estar à disposição das autoridades para contibuir com a investigação e tem total interesse que as causas sejam apuradas, até a conclusão dos laudos e investigação”.
Por volta das 23h30 de quarta-feira, o resultado deu positivo para a substância dietilenoglicol. A polícia orienta que os consumidores não consumam a cerveja Belorizontinados lotes L1 1348 e L2 1348, pois há grande risco de contaminação.
A substância é usada no processo de refrigeração da cerveja e funciona como anticongelante.
Cervejas da Backer, a primeira cervejaria artesanal mineira, criada em 1999, podem ser encontradas em vários supermercados pelo Brasil, inclusive no Zona Sul, no Rio de Janeiro.