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A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) vem adotando, em fase de testes, a tecnologia do carvão ativado na Estação de Tratamento de Água (ETA) de Barreiras. Apesar de tratar a água dentro dos parâmetros de potabilidade estabelecidos pela portaria de Consolidação do Ministério da Saúde, o uso da substância torna-se mais um reforço, principalmente no período de chuvas, quando há maior acúmulo de matéria orgânica e sólidos na água bruta.
Popularmente conhecido no uso em filtros comerciais para as residências, o carvão ativado tem seu uso permitido pelo Ministério da Saúde e vem sendo utilizado em larga escala em estações de tratamento pelas empresas de saneamento de todo o Brasil. Com o uso do produto desde o início de novembro, o supervisor de tratamento da Embasa em Barreiras, Anderson Rocha, já percebe a maior eficiência no tratamento.
“Com a comprovação dos benefícios para a população e nos resultados das análises em outros sistemas da Embasa, acreditamos que o carvão ativado traga um impacto na etapa do tratamento da água bruta do rio de Ondas, principalmente com as primeiras chuvas, que carregam muita matéria orgânica e sujeira, impactando diretamente nos nossos índices do tratamento físico-químicos, como cor, turbidez, pH, e bacteriológico, como coliformes totais e termotolerantes”, afirma. A ETA de Barreiras trata 28,5 milhões de litros de água por dia para atender a demanda de 55,3 mil imóveis na sede e povoados da zona rural.
Benefícios – Há cerca de cinco anos, a Embasa vem utilizando o carvão ativado em forma de pó antes da adição do sulfato de alumínio proporcionado benefícios diretos na eficiência do tratamento da água. Segundo o supervisor de tratamento da Embasa, Antônio Coelho, o produto “adsorve” a matéria orgânica dissolvida, reduzindo o consumo de cloro na ETA, contribuindo para reduzir a concentração de subprodutos da desinfecção na água tratada, como os trihalometanos (THMs) e ácidos haloacéticos (HAAs).
O carvão ativado tem a capacidade de captar seletivamente gases, líquidos e impurezas no interior dos seus poros, cumprindo a função de “adsorvente”, retendo também substâncias que podem causar coloração, sabor ou odor na água. “Esta é uma nova tecnologia, e que foi utilizada com sucesso, por exemplo, pela Cedae [Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro] para eliminar gosto e o odor da água tratada provocados por algas”, garante Coelho.
Ainda segundo o técnico, outra vantagem da aplicação do carvão, devido ao seu alto poder para “adsorver” substâncias químicas, é trazer uma barreira sanitária contra metais pesados e substâncias orgânicas perigosas, como os agrotóxicos, que possam aparecer na água bruta. “A Embasa já utiliza o produto com muito sucesso nas ETAs de Salvador e vem expandindo gradualmente o uso do carvão ativado no interior, nas estações de Itaberaba, do Sisal e mais recentemente em Barreiras”, explica.
*Embasa