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Pré-candidato de oposição à presidência da OAB-BA, o ex-presidente da entidade, Dinailton Oliveira, defende que a entidade seja uma representação plural e democrática e cumpra seu papel social. Em entrevista, na tarde desta segunda-feira (27), ao programa Conectados, da Rádio Vale do Rio Grande, no município de Barreiras, onde cumpre agenda de encontros com colegas da região oeste do estado, ele declarou ao radialista Luiz Pedro Júnior: “Nossa chapa será um espelho da sociedade, como foi na primeira gestão, de 2004 a 2006, com ações voltadas para melhorar a advocacia como um todo. Não estamos preocupados em manter privilégios de grupos da elite”.

A advogada Linda Andrade, da subseção da OAB de Barreiras, que o acompanhou na entrevista, classificou a gestão de Dinailton como a única que soube manter o diálogo com o Poder Judiciário, com independência. “Estamos abandonados pela atual gestão da Ordem, e a categoria está enfrentando imensas dificuldades. Dinailton já esteve na presidência e, pelo que ele já provou que sabe fazer, nós requisitamos que se candidatasse novamente, que nos representasse. A OAB precisa dar aos advogados um retorno da anuidade que pagam, ter esse compromisso social”.

“Mesmo pensar e agir”

Dinailton fez questão de distinguir sua candidatura das demais, apesar do discurso muitas vezes semelhante sobre a defesa da categoria. “Sou advogado militante, o primeiro de uma família humilde do interior do estado. Portanto, não represento grupos de famílias tradicionais. O que está acontecendo nessa campanha já ocorreu antes, para driblar o desgaste natural de quem está há muito tempo no poder. O grupo atual está há 9 anos na direção da Ordem, inclusive as advogadas que lideram as chapas concorrentes. Têm o mesmo pensar e o mesmo agir da atual diretoria, defender o mesmo grupo”.

A exemplo do que fez na primeira gestão, Dinailton pretende devolver à OAB uma “atuação cidadã”, abrindo as portas da entidade para os movimentos sociais e populares, com discussões e ações voltadas para a diversidade da população. Dinailton Oliveira criticou o método da eleição da OAB de só permitir o voto dos adimplentes, observando que mais de 60% da categoria estará impossibilitada de escolher seus representantes por esse motivo, quadro agravado ainda mais com a pandemia da Covid-19.

Eleito, ele garantiu que uma de suas primeiras iniciativas será retomar a luta pela reestruturação do Poder Judiciário, com a exitosa campanha ´Justiça pra Valer, que mobilizou todo o estado em sua gestão. “Aqui em Barreiras, mesmo, fizemos passeata. Movimentamos a categoria e conseguimos a assinatura de um convênio com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), contou, lamentando que o acordo, que envolvia os três poderes, tenha sido arquivado pela diretoria que o sucedeu na própria Ordem.

O argumento “falacioso” para o rompimento do acordo, que sanaria os entraves do Judiciário, segundo ele, foi o de que as providências necessárias já estariam sendo adotadas. O que, de fato, não aconteceu. “Nesses 15 anos a prestação jurisdicional, só piorou. Comarcas foram extintas e outras agregadas, o déficit de juízes e serventuários é muito grande. Naquele tempo, éramos 18 mil advogados em atividade na Bahia. Hoje, são cerca de 70 mil e muitos estão desistindo da profissão”.

Em resposta à pergunta do repórter Luiz Pedro Júnior sobre a proibição a advogados postarem fotos exibindo carros e casas de luxo, por exemplo, Dinailton concordou que a ostentação é um paradoxo para profissionais que juram defender o estado democrático de direito e a justiça social. O pré-candidato disse também ter “tolerância zero” com a falta de ética por parte dos advogados.

O pré-candidato foi acompanhado também pelo advogado Sílvio Santos, de Salvador.

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