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O Parque Vida Cerrado – primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental do Oeste baiano – e a ADM – multinacional do agronegócio que atua no mercado de commodities agrícolas e de nutrição humana e animal – deram início à segunda fase do Projeto Restaura. Nesta etapa do projeto, a equipe técnica fez visitas às propriedades rurais dos municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães com o objetivo de mapear e diagnosticar as áreas que serão contempladas com as ações de restauração de vegetação nativa.

Durante visitas às propriedades, a equipe técnica observou nesta primeira análise os passivos ambientais e os níveis dos danos. “Observamos alguns riscos e fragilidades em áreas de capoeiras abertas. Temos nesses locais, a alteração do Cerrado e o desenvolvimento da vegetação nativa limitado pelo excesso de invasoras exóticas. Por isso, há baixa diversidade e, também, quantidade de indivíduos arbóreos por hectare. Essas áreas possuem características que as enquadram como prioritárias para restauração”, destaca a engenheira agrônoma, consultora ambiental e especialista em restauração, Lina Inglez, responsável pelo mapeamento e diagnóstico do Projeto Restaura.

De acordo com a especialista, que contabiliza mais de 30 anos em restauração florestal, as áreas selecionadas para manejo se destacam pela localização estratégica para conservar os remanescentes de Cerrado e por serem adjacentes às APPs e Reservas Legais, com grande diversidade de espécies animais e vegetais. Os manejos serão localizados em área de 50 hectares, mas o impacto desta intervenção deve alcançar e beneficiar cerca de 100 hectares.

Segundo a engenheira, estão previstos os plantios de enriquecimento para preenchimento de espaços com falhas, a criação de ilhas com alimento para a fauna silvestre, semeadura direta e plantio consorciado de espécies de Cerrado, além do manejo visando a regeneração natural. “As propriedades pertencem a produtores rurais com um bom grau de consciência ambiental, que estão adequados conforme demanda a legislação. Restaurar e conservar estas fisionomias vegetais típicas do bioma é uma ação que vai contribuir para a biodiversidade como um todo”, reforça.

Para a bióloga e coordenadora do Parque Vida Cerrado, Gabrielle Rosa, a maior contribuição do projeto deve ser a valorização de produtores diferenciados, que são comprometidos com a conservação. “Este produtor vai ser um exemplo, pois entende que a ação vai valorizar ainda mais a atividade e a propriedade agrícola, incentivando outros agricultores. Buscar uma agricultura com um foco mais amplo e uma visão conservacionista é uma questão de sobrevivência, já que a preservação dos serviços ecossistêmicos e dos recursos hídricos depende da manutenção da vegetação nativa. Isso representa mais benefícios ao meio ambiente, mas também para a agricultura, que ficará mais sustentável e competitiva na nova era”, finaliza.

O projeto

Inicialmente, o projeto piloto contempla um grupo de agricultores locais, cujo objetivo principal é restaurar uma área de até 50 hectares com a introdução de até 70 diferentes espécies nativas, consolidando um plano estratégico eficaz, acessível e de alto impacto ambiental. Os produtores que aderem à proposta recebem um “cardápio” de estratégias de restauração personalizadas para cada propriedade, o plano de monitoramento dos resultados e o subsídio para os insumos necessários, como mudas e sementes. A ideia é que a iniciativa – que conta com a expertise do Parque Vida Cerrado e transferência de tecnologia do Consórcio Cerrado das Águas, a partir do projeto desenvolvido em Patrocínio/MG – seja adaptada e replicada em escala nas demais áreas prioritárias para restauração de vegetação nativa do Cerrado em toda a região Oeste da Bahia.

*Assessoria

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