Foto//Aiba
Apenas dois dias depois da reunião do Comissão Técnica Regional do Algodão (CTR do Algodão), realizada da sede da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), em Salvador, um dos mais importantes pleitos dos cotonicultores, apresentados pelo presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), foi atendido. Trata-se da revisão do conceito de “Plantas com Risco Fitossanitário”, no período de vazio para a cultura do algodão no estado. A alteração foi consolidada em lei, pela portaria de número 067, publicada, nesta quarta-feira (22), pela Adab, no Diário Oficial.
A partir de agora, são consideradas Plantas com Risco Fitossanitário as tigueras acima do estádio V3 e soqueiras com mais de quatro folhas por broto ou presença de estruturas reprodutivas. Antes da portaria, toda e qualquer planta viva encontrada representava uma infração, de acordo com a da Portaria 201, que estabelece define o período de vazio sanitário, quando não pode haver plantas vivas, com restrição de semeadura do algodoeiro no estado. O pleito foi embasado em nota técnica produzida em conjunto pela Embrapa e pela Fundação Bahia.
Na reunião, o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, destacou a importância estratégica da Bahia na produção brasileira da fibra e o esforço do produtor por cumprir a legislação e garantir a segurança fitossanitária. “A Bahia alcançou o posto de segundo maior produtor nacional e o Brasil, segundo maior exportador mundial, não só pela tecnologia implementada, mas também pela organização da cadeia. Por isso, a questão fitossanitária é muito importante e a Adab está de parabéns por ouvir o setor para trabalharmos, juntos, pela solução dos nossos problemas”, disse. “Sabemos das dificuldades de todos, mas cada um, dentro de suas possibilidades, pode criar alternativas que funcionem no nosso dia a dia, na prática, respeitando cada entidade, em prol do crescimento e fortalecimento de um setor produtivo e fiscalizado”, concluiu Bergamaschi.
Nos próximos meses os técnicos da Adab irão fiscalizar e orientar a eliminação de restos culturais para que plantas espontâneas não atinjam um novo estágio reprodutivo na entressafra, minimizando a ocorrência do inseto na safra seguinte. Para o Diretor Geral da agência, Oziel Oliveira, toda preocupação com a seguridade fitossanitária é válida. “ Para que se faça cumprir o vazio sanitário, é necessária uma combinação de métodos mecânicos e químicos, considerando ainda as especificidades da região e a viabilidade de produção nas lavouras”, defendeu.
Para o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Celso Filho, as plantas tigueras precisam ser eliminadas, “já que a maioria dos cultivares utilizados é transgênico e resistente ao herbicida glifosato. É um problema que ocorre nas áreas de rotação de culturas e o produtor deve estar atento ao monitoramento do estádio fenológico do algodoeiro”, completou.
Outra sugestão discutida no CTR do Algodão foi a intensificação dos Dias de Campo e ações de educação sanitária para difundir tecnologia e aproximar o produtor do sistema de defesa disponível no estado. “O esforço da cadeia reflete os avanços na produção e produtividade. Defesa fitossanitária se faz estudando as situações da cultura, com atenção para o controle de pragas e diminuição de custos para o produtor”, enfatizou o Superintendente Federal da Agricultura na Bahia, Nilo Ferreira. “Dessa forma, o Ministério está sempre pronto a ouvir os produtores e sensível às tratativas que contribuam para o desenvolvimento deste patrimônio que é o algodão baiano”, finalizou.
Também participaram do encontro, presencial ou virtualmente, o diretor da Superintendência Federal da Agricultura na Bahia, Cássio Peixoto, o superintendente de Política do Agronegócio da Secretaria de Agricultura, Adriano Bouzas, representando o secretário da pasta, João Carlos Oliveira, o presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Odacil Ranzi, representando a Fundação BA, Nilson Vicente, pelo Fundeagro, Paulo Schmidt, pela Bahiater, o extensionista Carlos Augusto, pela Embrapa, o pesquisador Carlos Perina, além de técnicos da Adab.
Imprensa Abapa