O apartamento do joalheiro Carlos Rodeiro, no Corredor da Vitória, foi alvo de mandados judiciais cumpridos pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (19). O Bahia Notícias confirmou que também são cumpridos mandados na loja do joalheiro no Shopping Barra.
Nesta fase estão sendo cumpridos, em Salvador, mais quatro mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o objetivo de obter provas complementares da possível lavagem de ativos.
São alvos de busca os endereços de Rodeiro e do advogado João Carlos Novaes, cujos negócios teriam sido utilizados como mecanismo de circulação de bens e valores obtidos de forma ilícita. Novaes revelou que o empresário Adailton Maturino investiu a quantia de R$ 3 milhões no local de festas na Cidade Baixa.
Ele foi envolvido na Operação Faroeste, que investiga desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) por suspeita de venda de sentenças e tráfico de influência em casos de grilagem no Oeste baiano.
No último sábado, veio à tona a notícia de que a PF chegou a intimá-lo a depor e apresentar notas fiscais das joias apreendidas na casa da ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, a desembargadora Maria do Socorro Santiago. A corporação suspeita que a magistrada, que foi detida durante a operação, tenha cometido o crime de lavagem de dinheiro com a ajuda do joalheiro.
denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) indica que Maria do Socorro ostentava um padrão de vida “acima do que seria esperado para uma servidora pública” com uma grande número de jóias e 162 obras que poderiam “abastecer qualquer galeria de arte ou museu nacional, ante sua magnitude e consagração dos artistas colecionados”.
Diante dessas informações, a defesa de Rodeiro informou à imprensa que ele compareceu à PF no último dia 7 e apresentou as notas fiscais das jóias que foram adquiridas por Socorro na sua loja.
Já a desembargadora, que nega as ilicitudes, contratou um advogado que é especialista em lavagem de dinheiro. Também conhecido por ser referência em delação premiada e ter representado o empresário Joesley Batista, da JBS, o advogado André Luís Callegari, passou a integrar a defesa de Maria do Socorro na última semana.