Na manhã desta segunda-feira (02), equipes de resgate procuravam por quatro desaparecidos depois de um deslizamento de terra no interior do Amazonas. A grande erosão ocorreu em Beruri, a 170 quilômetros de Manaus, atingiu cerca de 40 casas e deixou uma criança morta. Essa é mais uma das consequências da grande estiagem que atinge a região.
Segundo a Defesa Civil, na época da cheia dos rios, a água infiltra nas margens e provoca erosão. Com a estiagem, o solo perde a estabilidade e acaba desabando. A seca atinge 60 dos 62 municípios do Amazonas e já tem provocado desastres ambientais nos rios. Em Tefé, a 500 quilômetros da capital, já são mais de 120 botos encontrados mortos desde a semana passada em um lago que é afluente do rio Solimões.
Em Manaus, a cor escura das águas do Rio Negro está perdendo espaço para os bancos de areia. Em alguns trechos está tão seco que as embarcações encalharam, prejudicando a rotina dos ribeirinhos.
Por causa do baixo nível da água, o ponto de partida das embarcações que vão para as comunidades acabou indo para outro local. Agora, é preciso atravessar duas pontes para chegar ao novo porto. “Hoje você faz uma viagem que fazia em 3 horas e está fazendo em 5 horas”, conta o feirante Erimar Rodrigues Monteiro.
Com isso, cidades mais distantes acabam sofrendo com a falta de abastecimento. “Eles estão sentindo muita dificuldade… Não existe via que possam transitar, então ou eles caminham pela floresta, pela selva, ou têm que passar por essa situação difícil e delicada”, fala o professor Félix Aranha, que visitou uma dessas comunidades.
Fonte//G1