Os brasileiros estão entre os que mais relatam sentir estresse e dificuldades com a saúde mental. É o que mostra o ranking mundial divulgado pela Sapien Labs, e no qual o Brasil ficou numa posição nada confortável. No total dos 71 países, o Brasil está na quarta pior posição, com nota 53 de um total de 110, o que deixa o país empatado com o Tajiquistão.
A qualidade da saúde mental do Brasil só não é pior que na África do Sul, no Reino Unido e no Uzbequistão. Na outra extremidade do ranking, estão a República Dominicana, o Sri Lanka e a Tanzânia.
De forma geral, as descobertas apenas reforçam os que os analistas têm percebido nos últimos anos: o nível geral de saúde mental piorou desde a pandemia da covid-19 e se mantém em níveis mais baixos desde então, em um movimento que é bem maior que o caso brasileiro. Em especial, o relatório destaca a piora ainda mais acelerada da saúde mental entre os jovens adultos.
Vale explicar que o relatório The Mental State of the World Report é uma publicação anual do Mental Health Million Project, coordenado pela Sapiens Labs. Durante a fase de pesquisa para a edição referente ao ano de 2022, os cientistas entrevistaram mais de 407 mil pessoas.
Para medir o nível de bem-estar entre as pessoas nos mais diversos países, os pesquisadores usam o Quociente de Saúde Mental (MHQ), uma métrica construída a partir dos fatos autorrelatados nas entrevistas e outras variantes. Em primeiro lugar está a Tânzania, país da África Oriental, com um MHQ de 93,6.
Em seguida, o ranking é dominado por países da América Latina, mas apenas aqueles que “hablan” espanhol, como Panamá (MHQ de 88,2), Porto Rico (88), República Dominicana (87,2) e Venezuela (85,8). Agora, na lanterninha do ranking que busca medir o nível de saúde mental no globo estão, em ordem decrescente:
- Irlanda: MHQ de 56
- Austrália: 54,4
- Brasil: 52,9
- África do Sul: 47,5
- Reino Unido: 46,2
“Irlanda, Austrália, Brasil, África do Sul e Reino Unido têm a maior proporção de entrevistados que estão angustiados ou com dificuldades, variando de 30 a 36%. Em comparação com 2021, a maioria dos 34 países repetidos [que particparam da edição anterior] permaneceu com a mesma porcentagem ou mudou marginalmente 2% ou menos em ambas as direções”, detalham os autores do relatório.
*Com informações do Terra