As armas vendidas em um esquema milionário, que envolvia a participação de policiais militares da Bahia e Pernambuco, comerciantes e CACs, tinha participação de laranjas, segundo a Polícia Federal.
A PF da Bahia deflagrou a “Operação Fogo Amigo” nesta terça-feira (21), e prendeu 19 pessoas, entre elas, 10 policiais militares. Entenda abaixo como funcionava o esquema milionário: Os policiais suspeitos apreendiam os armamentos durante abordagens e não os apresentavam nas delegacias.
“Armas, que teoricamente eram para serem apreendidas e levadas para alguma delegacia, não eram apresentadas. Essas armas eram vendidas para facções criminosas”, explicou o delegado regional da Polícia Judiciária da PF-BA, Rodrigo Motta.
Já as armas novas vinham de laranjas. O esquema funcionava da seguinte forma:
- Os investigados pegavam uma pessoa sem instrução, geralmente da zona rural, sem antecedentes criminais, para tirar o Certificado de Registro do Exército (CR) ou posse rural na Polícia Federal;
- Pagavam todo o trâmite para o laranja tirar o CR;
- Após os trâmites, o laranja registrava um BO de furto e dava a arma como extraviada, para que não fosse conectado ao comprador final;
- Caso não fosse feito esse procedimento, o número de série era raspado ou refeito.
Ainda de acordo com a polícia, após um dos investigados participar de uma delação premiada, ele foi preso suspeito de participar do esquema.
Fonte//G1