A Capital do Oeste foi o destino da literatura e da diversidade cultural entre os dias 23 a 25 de maio com a realização da VII Festa Literária Internacional de Barreiras (Flib). O evento que integrou as comemorações dos 133 anos do município trouxe uma gama de literatas que debateram nesses três dias o tema “Vozes Femininas na Literatura”, representado na Conferência de Abertura pela autora Daniela Galdino.

Na Roda de Diálogo o tema abordado pelas autoras Jovina Souza, Célia Batista e Liliane Reis foi “Palavras-Mulheres na Bahia: escritoras, oralitura e ancestralidade”. Já a palestrante Eliana Oubiña, literata de Salvador, apresentou o tema “A importância das histórias no desenvolvimento socioemocional, através da Diversidade e Inclusão”.  Liu, como é carinhosamente chamada, perdeu parte da audição ainda criança, devido ao aparecimento de um tumor na cabeça, que reapareceu na idade adulta, agravando mais a sua deficiência auditiva.

“Eu já publiquei três livros infanto-juvenis, inclusive o terceiro – que se chama Sonho de Esperança –, ele foi agraciado com o Selo Cátedra da Unesco de leitura, da PUC Rio. Então, é motivo de muito orgulho ser baiana e estar produzindo uma obra de excelência em nosso país”, conta Eliana Oubiña. Ela discursou sobre suas experiências, processos de aprendizagem, falou sobre suas obras, e emocionou a todos ao falar sobre a sua adaptação e aceitação enquanto pessoa com deficiência.

Três escritoras baianas também abrilhantaram a Flib 2024 na sexta-feira (24). Ametista Nunes, Jeane Sánchez e Clarissa Macedo trouxeram para o debate “Literatura feita por mulheres: fronteiras e diluições”. A escritora e imortal da Academia de Letras Barreirense (ABL), Nadir Xavier, aproveitou a oportunidade e lançou seu livro baseado na cultura Cigana e na Romênia. “O hábito da leitura é muito importante, porque ele nos mostra o conhecimento do mundo. E nós, que escrevemos, escrevemos para o público”, ressaltou Nadir Xavier.

Ametista Nunes também se apresentou e ressaltou a importância dos pensadores barreirenses, da quebra de paradigmas e preconceitos, principalmente o racial, contra as mulheres e o etarismo. “A rebeldia própria de algumas mulheres, aliada à questão da cor, impossibilita que sejamos devidamente aceitas em determinados lugares”, disse.

A escritora Jeane Sanches participou das palestras e relatou sobre a importância da Festa Literária. “Abordei sobre três mulheres que participaram do movimento Poetas na Praça, que aconteceu na Praça da Piedade em Salvador, em 1980. Foi um movimento que sofreu influência da Semana de 22, marco do início do Modernismo. Além de adquirir mais conhecimentos sobre o tema com essas renomadas literatas, vim falar um pouco sobre a poesia dessas mulheres”.

A VII Festa Literária Internacional de Barreiras encerrou com a apresentação da performance artística, desenvolvida pela atriz e escritora, Daniela Galdino, e com a apresentação da Cia de Teatro Mistura, de Ibotirama, que arrancou aplausos encenando o espetáculo “O que seria Deles Sem Nós”.

Dircom

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