O Parque Vida Cerrado – primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental do Matopiba – oferece nos dias 04 e 05 de julho, um treinamento de Combate a Incêndio Florestal para aperfeiçoamento de colaboradores e brigadistas membros do Plano de Ação Mútua (PAM) das empresas. Na oportunidade, também serão avaliadas as medidas de segurança para prevenção e contenção de incêndios e o que pode ser feito para aumentar os reforços do Parque Vida Cerrado.
Com duração de dois dias, o treinamento atende às especificações das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e contempla teoria e prática em seu conteúdo programático. No primeiro dia, os participantes recebem capacitação sobre incêndio florestal e primeiros socorros para acidentes relacionados que podem ocorrer durante a ação, como queimadura, picada de animais peçonhentos, fratura, torções, cortes e hemorragia. No dia seguinte, os materiais utilizados para combate a incêndio florestal são apresentados aos participantes, assim como as diferentes técnicas e ferramentas, dentre as quais estão: combate sem técnica; utilização única do abafador; uso do abafador e bomba costal e emprego da bomba costal, soprador de folha a gasolina e abafador. Devem ser empregados ainda durante a simulação prática, rastelos, enxadas e roçadeiras.
Para o bombeiro militar, Diogo Kummer Spengler, responsável por ministrar a palestra e conduzir os exercícios práticos, a capacitação é de significativa importância para a região, uma vez que o Oeste baiano sofre frequentemente com os incêndios florestais. “O Parque Vida Cerrado mais uma vez demonstra o seu protagonismo em preservar a biodiversidade do nosso Cerrado que, lamentavelmente, tem sido prejudicado com essas ocorrências. Uma queimada que se propaga sem controle numa área florestal gera impactos sociais e ambientais onde ocorrem, afetando fauna e flora do bioma”, pontua.
Ainda de acordo com o profissional, o incêndio florestal é motivo de grande preocupação porque se distingue de outros tipos de incêndio. “Em períodos de altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes ou moderados, um incêndio florestal é um risco ainda maior, porque esse tipo de queimada se caracteriza pela sua ampla extensão, pela velocidade com a qual pode se estender desde o seu lugar de origem, pelo seu potencial de mudar de direção inesperadamente e pela sua capacidade de superar obstáculos como estradas e rios. Então este treinamento é de grande relevância para capacitação de colaboradores a fim de prevenir e conter queimadas nas dependências do parque, mas também de todos aqueles que têm o compromisso de atuar pelo bem do nosso meio ambiente”, pondera.
A bióloga e coordenadora do Parque Vida Cerrado, Gabrielle Bes da Rosa, destaca os impactos sociais e ambientais produzidos pelo incêndio florestal. “A partir da ocorrência, temos inúmeros prejuízos, começando pela fauna, com a morte ou danos físicos por queimaduras ou intoxicação respiratória a uma parte da população animal daquela área, especialmente aqueles que tenham menos mobilidade, caso dos invertebrados, crias de aves ou mamíferos. A flora também é afetada, com impacto sobre a paisagem e alterações, por vezes, irreversíveis do equilíbrio do meio natural. Outro ponto importante é a contaminação de rios que recebem águas da chuva que atravessam a zona queimada, arrastando partículas e cinzas em suspensão”, evidencia.
Rosa lembra ainda do solo, que é substancialmente afetado. Isso porque as altas temperaturas registradas durante um episódio de queimada modificam a composição biológica e química, com a perda da capa vegetal, deixando esse solo ainda mais desprotegido frente à elevada erosividade das chuvas. “Temos então uma grande perda de solo e de nutrientes. Os impactos não são apenas ambientais, mas sociais e econômicos. Em algumas ocasiões, temos morte ou danos físicos daqueles que intervêm na extinção de incêndios, prejuízos à saúde das populações humanas próximas, destruição de bens e infraestruturas (eletricidade e comunicação) e custos para regeneração das zonas afetadas. Espero que o treinamento seja de grande valia para nossos colaboradores e para os membros do PAM, que é o grupo responsável por prestar atendimento ao Parque em casos de emergência”, reforça. Essa ação é uma devolutiva do Parque para as empresas parceiras que passam a contar com mais um treinamento específico para combate florestal.
Parque Vida Cerrado
Fundado em 2006, como resultado de uma iniciativa do Grupo Galvani – sua principal mantenedora atualmente – e localizado entre os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, mantém um núcleo para realização de projetos e atividades socioambientais, um criadouro científico para fins de conservação de animais silvestres e um Centro de Excelência em Restauração com ampla expertise no bioma Cerrado. Em 18 anos de atuação, envolveu mais de 30 mil pessoas em suas ações, conduziu a reprodução bem-sucedida de mais de 40 animais silvestres (alguns deles, incluídos na lista de espécies em extinção), capacitou centenas de coletores e estruturou a rede de coletores de sementes nos assentamentos, produziu e distribuiu mais de 200 mil mudas para reflorestamento urbano e rural e assumiu protagonismo na proposição e condução de diversos projetos em parceria com o agronegócio.
Assessoria de imprensa PVC / Heloíse Steffens