O monitoramento e o uso sustentável dos recursos hídricos do oeste da Bahia voltaram a entrar na pauta do debate dos setores produtivo e ambiental. Nesta quinta-feira (5), na capital baiana, os produtores rurais, por meio das associações Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), proporcionaram uma nova fase de apresentação dos resultados do projeto, desta vez, aos promotores públicos do estado da Bahia e aos técnicos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

Esta também foi considerada a primeira reunião do grupo de trabalho, capitaneada pela Sema, que vai possibilitar uma integração para geração de dados consolidados sobre a Gestão dos Recursos Hídricos Superficiais e Subterrâneos no oeste da Bahia. Executores da pesquisa de monitoramento no oeste, os pesquisadores das universidades federais de Viçosa (UFV) e do Rio de Janeiro (UFRJ), Everardo Mantovani, Marcos Heli, Michel Castro e Gerson Cardoso, levaram os resultados dos monitoramentos do regime de chuvas e das águas superficiais e subterrâneas do Aquífero Urucuia.

Desde o início dos trabalhos, há cerca de sete anos, ainda quando era presidente da Aiba, o produtor rural e conselheiro da Abapa, Júlio Cézar Busato, tem se envolvido na iniciativa, que entra agora nesta nova etapa do monitoramento com a parceria do Governo do Estado. “Este é o momento de unir forças e agir, por isso, nós produtores estamos aqui com os pesquisadores e técnicos envolvidos diretamente nestes estudos para dialogar e estabelecer as parcerias com o Ministério Público e órgãos ambientais para avançar no monitoramento, que será fundamental para estimular as políticas públicas de melhor gestão e uso dos recursos hídricos”, afirma.

Cooperação – Dentro do convênio de cooperação técnica já firmado entre a Sema, Inema, Aiba e UFV, foi estabelecida a proposta de atualização do plano de trabalho para o próximo ano, a maior periodicidade dos encontros técnicos visando avançar nas próximas etapas do projeto de monitoramento dos recursos hídricos, que se concentrarão na instalação de estações pluviométricas e fluviométrica para medir os índices de precipitação de chuvas e os níveis dos rios da região. O Inema apresentou a estrutura de monitoramento do estado, reforçando a importância da ampliação da infraestrutura na região.

A diretora-geral do Inema, Maria Amélia Lins, defende a gestão integrada dos dados coletados sobre os recursos hídricos da região, que deve ser disponibilizada em portal eletrônico, evidenciando o trabalho já desenvolvido pelo órgão na disponibilização dos dados hidrológicos do estado. “É muito importante este convênio de cooperação para aumentar a estrutura de monitoramento e que esses dados a serem divulgados em um portal como forma de gerar mais transparência e credibilidade e amparar novos estudos e políticas públicas”, afirma. No encontro, a Sema, representada pelo chefe de gabinete, André Ferraro, também acredita na parceria com o setor produtivo para ampliar e modernizar a rede hidrológica e o fornecimento de dados para melhor gerenciamento e monitoramento das águas no oeste.

Diálogo – Com a participação dos promotores, Augusto Matos, Eduardo Bittencourt e Luciana Khoury, a segunda etapa de apresentações do projeto se aprofundou na importância da fiscalização e do diálogo na gestão dos recursos hídricos, reforçando a necessidade de um manejo sustentável para enfrentar desafios, como a escassez hídrica. O encontro, segundo os presentes, foi considerado um marco na busca por soluções inovadoras e sustentáveis para a preservação ambiental e o equilíbrio do desenvolvimento no estado.

Além de Júlio Busato, a Abapa foi representada pela vice-presidente, Alessandra Zanotto Costa, que assumirá a entidade no biênio 2025/26. “Estes dois encontros, com os órgãos ambientais e com o Ministério Público, demonstram o quanto nós produtores contribuímos com pesquisas sérias e dados confiáveis sobre tudo o que cerca o nosso negócio. Júlio Busato, que na época como presidente da Abapa, plantou essa semente, hoje fundamental para que possamos sentar e ampliar o debate, amparados em bases sólidas, sobre o uso sustentável dos recursos hídricos da nossa região”, afirma.

Também participaram do evento, o presidente da Aiba, Odacil Ranzi, e o vice-presidente, Moisés Schmidt, também executores do projeto do estudo do potencial hídrico do oeste da Bahia, inspirado em Nebraska, nos Estados Unidos, um grande pólo agrícola, considerado um modelo de gestão dos recursos hídricos compatibilizado com o uso na agricultura. Entusiasta e defensor do projeto, o deputado estadual, Eduardo Salles, acompanhou a comitiva na articulação entre o setor produtivo e o poder público.

Pela Aiba, também acompanharam os encontros a gerente de sustentabilidade da entidade, Éneas Porto; a especialista em recursos hídricos da Aiba, Glaucia Araújo e as analistas ambientais, Raquel Paiva e Lívia Ribeiro. Pela Abapa, o gerente executivo, Gustavo Prado, e a coordenadora de sustentabilidade, Yanna Costa.

Assessoria de Imprensa Abapa

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