Quem conversou com o senador Angelo Coronel, do PSD, nos últimos dias, tem a certeza de que ele está decidido a lançar a própria candidatura à reeleição para disputar a recondução ao Senado pela Bahia. A dúvida é se ele integrará formalmente a chapa do governador Jerônimo Rodrigues e do senador Jaques Wagner ou se lançará candidatura avulsa na eleição de 2026.
Três petistas na chapa
Pelas movimentações da cúpula do PT, o desenho ideal para o próximo pleito será ter três governadores do partido na majoritária. Ou seja, Jerônimo e o senador Jaques Wagner disputando a reeleição, e o ministro Rui Costa na segunda vaga ao Senado, como defendeu nos últimos dias o próprio senador petista. O detalhe é que a decisão de Coronel de lançar sua reeleição obriga a cúpula do partido a excluir Rui, sob a ameaça de ver o senador do PSD disputando numa chapa avulsa, podendo ser apoiado pela oposição, que deverá ter o ex-prefeito ACM Neto como candidato ao governo estadual.
Primazia pela reeleição
A informação no entorno de Coronel é que até agora ele não sentou pra conversar com Wagner, Rui nem Jerônimo. Está convicto de que a primazia para manter o mandato no Senado continua sendo dele, apesar de achar que não há problema em seu grupo político lançar mais candidaturas ao Senado.
Impactos da má avaliação
Há ainda o fato do governador Jerônimo não estar bem avaliado, o que obriga o grupo a pensar de forma mais estratégica na hora de montar a chapa, já que haverá a necessidade de agregar votos ao centro. Uma majoritária com Rui, Wagner e Jerônimo, por mais forte que seja, não atrai um novo eleitorado, pois dialoga com o mesmo perfil de público. “E como o governador não está tão bem, precisará atrair votos”, disse um deputado do PSD, ao comentar fragilidades do governo nas áreas política e de gestão. “E o pior, se Lula não estiver bem, não terá como puxar Jerônimo”, emendou. É muita informação!
Desempenho de Lula na Bahia
Outro ponto que volta e meia é lembrado por integrantes da oposição é que o desempenho do presidente Lula na Bahia poderá não ser o mesmo da última eleição presidencial. O seu terceiro mandato enfrenta problemas sérios, sobretudo na área da comunicação, o que fragiliza o governo perante o eleitorado. As ações do governo Lula 3 parecem não chegar na ponta, ao conhecimento do grande público. A conta dos oposicionistas, inclusive, prevê que se o presidente não tiver mais de 65% do eleitorado baiano, ACM Neto será beneficiado, caso mantenha a mesma votação da eleição passada.
Queda de braço na Assembleia
O detalhe é que enquanto a cúpula petista planeja uma chapa sem Coronel, ele se articula para se fortalecer politicamente. Há um movimento nos bastidores que coloca o deputado estadual Angelo Coronel, seu filho, como possível nome do PSD para disputar a 2ª vice-presidência na Assembleia. Caso o atual presidente Adolfo Menezes (PSD) decida lançar sua candidatura à reeleição, o posto hierárquico passará a ser muito mais disputado da Casa.
Resistências a Rosemberg
Isso porque, um eventual impedimento de Adolfo, após vencer a segunda reeleição, caberá ao 2º vice conduzir o processo sucessório na Assembleia, que não tem, regimentalmente, prazo para ser realizado. O detalhe é que um dos nomes colocados para o posto é o deputado Rosemberg Pinto (PT), que quer se viabilizar na linha sucessória, o que assusta aliados do próprio governo e a oposição. Ninguém na casa, exceto o próprio PT, quer ver a sigla ampliando sua hegemonia no Estado, ao abocanhar o comando do Legislativo.
Fortalece politicamente
Apesar da disputa pela Assembleia ser um fato independente da disputa de Coronel pelo Senado, o movimento o fortalece politicamente. Diante disso, articuladores do próprio grupo passaram a cogitar a possibilidade de convencer o atual presidente Adolfo Menezes a não tentar a nova reeleição. Com Adolfo fora, o nome colocado pelo PSD seria o da deputada estadual Ivana Bastos, já que o maior partido da Bahia, comandado pelo senador Otto Alencar, não vai querer perder o comando da Assembleia. Diante desse cenário, a estratégia de Coronel seria esvaziada.
A estratégia de Coronel
Para a estratégia de Coronel vingar, Adolfo tem que se manter no páreo. Uma vez esse cenário concretizado, Angelo Filho poderá ser lançado 2º vice e passar a atrair os votos dos governistas, que se somarão aos da oposição. Como serão necessários 32 votos para se eleger, a conta prevê os 20 oposicionistas, os dez deputados do PSD e os insatisfeitos com o próprio governo, o que não será difícil encontrar.
Pelo governo ou avulso
O maior temor de setores do governo é que uma vitória de Coronel na Assembleia o fortaleça para participar da chapa majoritária, seja a petista ou como candidato avulso, com o apoio da oposição. Sem contar que se configuraria como a primeira grande derrota do PT no Estado, cenário que a oposição espera de forma ávida. É muita informação!
Candidatura mantida
Inclusive, o presidente Adolfo Menezes falou, nesta última terça-feira (14), ao jornalista Raul Aguilar, do site Offnews, que não passavam de notícias “inventadas” e “coisa de quem não tem o que fazer” os boatos de que seria aconselhado pela cúpula petista a desistir da candidatura, sob risco de ser afastado por ordem judicial. “Não existe essa hipótese de desistência para apoiar outro deputado do PSD. Agora, se existe por acaso uma manifestação da cúpula e se meus colegas decidirem não me apoiar, eu não vou entrar sozinho, mas não vejo menor possibilidade disso”. E completou: “Tenho apoio total, tanto dos colegas como da culpa, zero mudança”.
Diego Coronel na vice
A informação que circula próximo à Governadoria é que a cúpula do PT quer que o deputado federal Diego Coronel, também filho do senador, seja o indicado para a vaga de vice na chapa petista em 2026. E pelo visto, isso não vai acontecer. Ainda mais com a decisão do senador de lançar sua chapa à reeleição, seja pelo grupo petista ou de forma avulsa, com apoio indireto da oposição.
Sem definição no secretariado
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), voltou a falar que não tem pressa, nem prazo definido, para anunciar as mudanças no seu secretariado. Essa semana, o prefeito disse ao Portal M! que as alterações acontecerão no momento oportuno, sem pressa, mas com o compromisso de garantir avanços para a cidade. “Não tenho data, não estou preso a datas. Nossa equipe está aí, bem, performando, entregando. E a gente vai fazendo essas mudanças no momento certo, na hora certa”.
‘Governar com os melhores’
O prefeito destacou, ainda, que a prioridade é assegurar que Salvador continue avançando. “Meu compromisso é governar com os melhores. Estamos em conversas para buscar as pessoas certas para ocupar as posições certas. O objetivo é, primeiro, garantir as conquistas que alcançamos até aqui e, depois, permitir que a cidade possa melhorar, se transformar e avançar cada vez mais”.
À espera de Muniz
As próximas semanas serão cruciais para a definição da nova composição do secretariado, mas Bruno Reis assegurou que o foco continuará sendo nos resultados. Há quem diga no próprio Palácio Thomé de Souza que as mudanças só serão anunciadas após a chegada do presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB), que está fora de Salvador. Mais precisamente, o anúncio viria após a reabertura dos trabalhos, no dia 3 de fevereiro. Isso porque, um dos principais pontos de tensão na reforma é a indicação para a Secretaria de Educação, que havia sido afiançada pelo prefeito para o PSDB. O resultado? Só esperando para ver, pois aqui, é muita informação!
Fonte//Muita Informação
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