Este final de semana foi dado a conhecer, pelas gentis mãos de meu colega Otavio Mariani, um poeta mineiro-baiano-oestino-barreirense, chamado Carlos Abdon e seu poema O Tempo. Não sou critico literário, mas me julgo com certo bom gosto e lhes digo que gostei do que li e trouxe para o deleite de vocês. Prometi inserir o poema nesta coluna e abaixo vocês o têm.
Ao ler o poema me abriu a mente para outra realidade, nossa região é rica em pessoas, em artistas e personagens que deixamos a debalde sem os imortalizarmos de alguma forma, mas vejam bem falo daqueles que estão escondidos nas gavetas, nos armários, nos cadernos e nos computadores, temos que trazê-los à luz do conhecimento publico.
Santo de casa faz milagre sim, leiam o poema. Temos pessoas maravilhosas em nossa região que merecem ser levadas ao publico, ao grande publico. Ao mesmo tempo em que temos estes artistas temos pessoas fomentadoras de cultura que podem ajuda-los e a reunião não seria difícil, não seria impossível.
Em tempos tão adversos como os que vivemos trazer ao vento o frescor da novo-velha literatura (sem constrangimento de gênero de qualquer natureza) renova as esperanças, onde temos a certeza de que fora da educação (toda ela) não há o menor futuro e isso passa por estes autores escondidos também.
Está lançado o desafio!
O TEMPO
Bendito seja o tempo
Senhor dos momentos
Das horas idas e vindas
Mestre dos magos reveladores
Que no seu tempo
dosadamente, gota a gota
Desvela as fraquezas e resistências
do místico amor.
Amor, que há um tempo
Perdura no tempo
como se eterno fosse,
mostrando-se inabalável, apoteótico, confiante, forte Sedutor…
Mas que num átimo de tempo
Esse mesmo amor, até então,
Um caniço inquebrável
Se mostra vacilante, incerto, desconcertante…
E descrente, o amor, curva-se
ao mais suave vento
Das palavras ditas, despretensiosas, sem pudores.
Mas o tempo, absoluto,
remédios de todas as dores
Trás consigo um aliado a contento
Que, magicamente
faz renascer do chão,
o salvador e necessário perdão.
E o amor, em tempo, se faz leve, livre e resistente
na infinidade do sutil e sagrado tempo.
Carlos Abdon
#RENOVA2018
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