Oito em cada dez brasileiros acreditam que a corrupção aumentou no País nos últimos 12 meses. O número consta no Barômetro Global da Corrupção, considerada a pesquisa de opinião mais importante no mundo sobre comportamentos relacionados à corrupção. O estudo, divulgado nesta segunda-feira, é feito pela ONG Transparência Internacional e ouviu 22.302 pessoas residentes em 20 países da América Latina e do Caribe entre maio e junho de 2016. Em 17 dos vinte países pesquisados, a maioria dos cidadãos respondeu que a corrupção cresceu no último ano. O Brasil aparece na quarta posição na lista entre os 20 países, atrás de Venezuela (87%), Chile (80%) e Peru (79%). Segundo o estudo, 78% dos brasileiros afirmaram que o nível de corrupção “aumentou consideravelmente” ou “cresceu muito.” O resultado da pesquisa também mostrou que 83% dos brasileiros acreditam que pessoas comuns podem “fazer a diferença” na luta contra a corrupção e que brasileiro é um dos que mais acredita ser socialmente aceitável denunciar casos de corrupção (Costa Rica 75%, Brasil 74%, Guatemala e Uruguai 71%). Além disso, o Barômetro Global da Corrupção revela que uma quantidade “expressiva dos entrevistados no Brasil respondeu que denunciaria um ato de corrupção mesmo se tivesse que passar um dia inteiro em um Tribunal” (Brasil 71%; Uruguai 70% e Costa Rica 66%). Ainda de acordo com estudo, apenas 11% dos entrevistados no Brasil disseram ter pagado propina para acessar serviços de saúde, educação, saneamento, polícia, justiça ou emissão de documentos. É a menor taxa da região, com exceção dos residentes de Trinidad e Tobago. Na outra ponta, por exemplo, estão México (51%) e Peru (39%). “Embora a taxa de 11% de entrevistados brasileiros não possa ser considerada baixa (em países com menores índices de corrupção no mundo, esta taxa não passa de 5%), ela é significativamente menor que a média dos países da América Latina e Caribe”, afirmou Bruno Brandão, representante no Brasil da Transparência Internacional. “Apesar dos graves problemas de corrupção no sistema político e nas contratações públicas, o cotidiano dos brasileiros está muito menos impregnado de corrupção do que a média dos países da região, disse Brandão.
Estadão