De um lado, os agricultores baianos que plantam e colhem o desenvolvimento econômico da região, e de outro, o Banco do Nordeste (BNB), uma das instituições financeiras mais requisitadas para financiamento agrícola. No meio desta relação, nasceu uma parceria social de sucesso que já investiu nos últimos dez anos R$ 3,5 milhões em 81 projetos de 45 entidades sociais localizadas nos 13 municípios do oeste da Bahia. Por meio do Fundo de Desenvolvimento Sustentável da Bahia (Fundesis), os agricultores baianos revertem uma pequena parte do montante da contratação do financiamento de custeio agrícola para melhorar a vida de crianças, adolescentes e idosos, que passam por situação de vulnerabilidade social.
Com o acordo de cooperação técnica e financeira firmada com o Instituto Aiba da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), responsável pela gestão do Fundesis, o agricultor autoriza voluntariamente que parte do custos do financiamento sejam destinados aos projetos socioambientais da região. “Ao apoiar o desenvolvimento destas causas sociais fundamentais para a nossa sociedade, ainda existe o estímulo a geração de emprego movimentando a economia local como um todo”, afirmou o superintendente estadual do BNB, Antônio Jorge Guimarães.
Por meio de um trabalho coordenado e organizado, o BNB por meio das agências situadas em Barreiras, Correntina e Luís Eduardo Magalhães vem trabalhando no convencimento para que mais produtores participassem do Fundesis, o que levou a um incremento do repasse de R$ 400 mil para cerca de R$ 1,5 milhão na última safra agrícola. Dentre as instituições já apoiadas pelos agricultores estão o Projeto Catavento, em Barreiras; Abrigo dos Idosos Irmã Zélia, de Correntina; e Instituto Recicla Social, de Luís Eduardo Magalhães, sendo contempladas também nos últimos dez anos creches, centro culturais, orfanatos, abrigo que atendem bebês, crianças, jovens, adultos, idosos em situação de vulnerabilidade social.
Para a coordenadora do Fundesis, Makena Thomé, esta parceria entre os agricultores e o BNB transforma a vida de quem é beneficiado pelas instituições sociais contempladas. “É um fundo mantido pelos agricultores que aqui [no oeste baiano] vivem com as suas famílias e querem contribuir de forma integrada e sistemática para o desenvolvimento social na tentativa de universalizar o acesso das pessoas à educação, saúde, emprego e mais qualidade de vida”.
Um dos agricultores participantes e entusiastas do Fundesis, o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Cézar Busato, acredita que esta parceria de sucesso com o BNB demostra que é possível aliar o desenvolvimento econômico e social. “Estamos em uma região agrícola altamente tecnificada, onde os agricultores vem se esforçando para plantar com cada mais produtividade e que, por meio das instituições, como a Aiba e Abapa, vem fazendo mais do que as legislações ambiental e trabalhista exigem. O aporte de recursos dos agricultores ao Fundesis é mais uma demonstração que estamos preocupados também com o desenvolvimento social da região do qual trabalhamos e moramos”, afirma.