Quem passa pelas estradas das comunidades rurais do povoado de Serra Grande, no município de Santa Teresinha, no centro norte da Bahia, não imagina que em uma terra árida e aparentemente infértil, pode se encontrar o verde marcante da agricultura familiar com hortaliças, legumes, frutas e plantas medicinais. Esse é o resultado de persistência e dedicação de agricultores e agricultoras familiares como Edineuza Carvalho, que apesar dos inúmeros desafios e adversidades climáticas, resiste e transforma a realidade.
Essas transformações são possíveis devido aos esforços de agricultores familiares e do Governo do Estado, que atualmente oferta, para mais de 140 mil famílias de comunidades rurais da Bahia, o serviço de assistência técnica e extensão rural (ATER). A ação é executada pela Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
“Antes do atendimento técnico, eu só plantava coentro”, destacou Edineuza, que atualmente cultiva hortaliças, legumes, frutas e plantas medicinais, além de criar caprinos e galinhas caipiras. Ela conta que como não chovia na região, sempre perdia a produção. Por isso, chegou a comprar água para conseguir colher, mas não tinha lucro.
“Eu comprava água, semente, adubo e trabalhava para produzir. Eu pedia ajuda a Deus e veio o programa do governo com a cisterna de produção para o reservatório de água. E depois, com o crédito do programa Agroamigo, eu comprei a bomba para puxar a água do poço. Por isso, hoje, a gente tem água para poder plantar”, acrescentou.
A agricultora vende seus produtos nos municípios de Itatim e Castro Alves, e espera vender para os mercados institucionais dos programas nacionais de Alimentação Escolar (PNAE) e de Aquisição de Alimentos (PAA). Ela ressalta que a assistência técnica tem contribuído com orientações, a exemplo da utilização de venenos que prejudicam a saúde tanto de quem coloca o produto nas hortaliças, quanto de quem consome.
Ater
As famílias do Território Piemonte do Paraguaçu são atendidas pela Cooperativa de Assessoria Técnica e Educacional para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Cootraf), entidade selecionada pela Bahiater, por meio de chamada pública para a prestação de serviço.
O técnico em Agropecuária da Cootraf, Edson Ramos, que realiza a Ater na propriedade, explica que, no decorrer das visitas técnicas, identificou um potencial para a produção de hortaliças. “A gente viu que ela tinha um potencial de crescer, então a orientamos a acessar o programa Agroamigo, do Banco do Nordeste, e ela começou a desenvolver atividades maiores. Antes só trabalhava com a cisterna de produção, mas, depois do crédito, ela fez um projeto específico para o armazenamento de água e conseguiu ampliar a produção em mais de 200%. O nosso trabalho é realizado de acordo com a realidade de cada comunidade”.
A Ater é realizada por técnicos em Agropecuária e/ou engenheiros agrônomos nas unidades produtivas de agricultores e agricultoras familiares. O serviço é ofertado diretamente por técnicos da Bahiater ou em parceria com entidades executoras do serviço, selecionadas por chamadas públicas. Ou ainda por meio do Mais Ater, projeto realizado em parceria com prefeituras municipais, destinada à estruturação produtiva e articulação de políticas públicas para a promoção da sustentabilidade das Unidades Produtivas Familiares.
Fonte: Ascom/Ater