Ontem, dia 04 de abril de 2018, o Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da Justiça Brasileira, denegou, pelo placar de 6×5, o Habeas Corpus Preventivo, impetrado em favor do paciente Luis Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, e condenado à 12 anos e 1 mês de reclusão, além do pagamento de multa, no valor de R$ 1 milhão de reais. Como se estivéssemos em um Fla-Flu, Gre-Nal, ou outro clássico do futebol brasileiro, espocaram foguetes dos vencedores e os derrotados, além de xingamentos de praxe, choraram copiosamente, porque sabem, que seu líder pode ser preso a qualquer momento, fato inimaginável, para quem acha que o ex-presidente é uma espécie de divindade. Acabou? Claro que não. Foi apenas mais um round, nesta luta feroz, entre setores da sociedade brasileira. No entanto, parece cada vez mais cristalino, que neste embate de forças, o grande perdedor será o Brasil. De um lado, vemos a OAB,a imprensa, artistas, sindicatos, movimentos sociais e os universitários com seus professores, em uma defesa aguerrida da figura do ex-presidente Lula. De outro lado, o setor produtivo do Brasil, agropecuaristas, agricultores, empresários, os cidadãos comuns pagadores de impostos e a maioria de juízes e procuradores, querendo a prisão do ex-presidente, como uma forma de exemplo aos corruptos e ainda, uma forma de pacificar o país. Este embate, não acaba com a prisão de Lula. Ele se prolongará, por um longo tempo. Mas, nos dias que antecederam ao julgamento do habeas corpus de Lula, a situação agravou-se. Com o cheiro de golpe no judiciário, a revolta da população atingiu as Forças Armadas. O sempre cordato e silente General Villas Boas, precisou ir ao Twiter, para num ruídoso comentário, expor a insatisfação dos quarteis, com a possível impunidade. Foi um estardalhaço. De todos os lados, ouviu-se vozes defendendo o Estado de Direito, contra um possível golpe militar, mas na internet, a maioria clamava por uma intervenção militar. O Ministério Público Federal exigiu explicações da escrita do general ao Ministério da Defesa. No mesmo dia, após a decisão do plenário do STF, um membro da cúpula do MST, prometeu incendiar a sede da Rede Globo, ocupar prédios públicos, e partir para a guerra. Bom, se isso não é incitação a violência, talvez eu deva reler o Código Penal, que suas excelências do MPF, devem ter a ultima versão atualizada. Pois é, nada acabou com o julgamento do STF. Nada acaba com a prisão de Lula, se essa acontecer. Houve mais um round, nesta luta fraticida da sociedade brasileira. O Brasil perde. O Brasil ganha, porque se depura, porque lambe as feridas, e mesmo como um doente terminal, segue, não tão majestoso com outrora, mas, ao contrário, nú, exposto, flagelado, buscando nos seus anticorpos, a sobrevivência, afinal, nós brasileiros, não desistimos nunca, e vamos sobreviver, quiçá, com democracia, em pleno estado direito, respeitando as diferenças, e sobretudo, entendendo, que disputas políticas acontecem, disputas judiciais acontecem, mas a VIDA, é acima de tudo, um direito a ser preservado, para todos nós.