A Globo lançou a proposta dos brasileiros enviarem vídeos gravados na horizontal (exigência) do Brasil que elas querem. Ideia boa, resultados funestos, brasileiro não perdoa, pois além de criativo é extremamente debochado, mas tudo bem.
Resolvi copiar a ideia, mas com outro viés, ainda mais depois de acompanhar os magníficos julgamentos, televisado, do STF, lanço: “A justiça que eu quero! ”
Como sou advogado com 30 anos de exercício pratico, isso desde a minha formatura, adquiri um senso crítico muito forte além de certo bom senso. Convivo, muito particularmente, com o chamado primeiro grau de jurisdição, os que estão mais perto de nós. Deixo o 2º, 3º e 4º grau para os “poderosos”, ou que se acham.
A justiça que eu quero e que não vejo, é aquela praticada com igualdade, onde todos são iguais perante a lei, ninguém seja melhor que ninguém, ate porque ninguém é melhor que ninguém. Não é um cargo, uma conta bancaria, um status que diferencia as pessoas. Costumo dizer que se eu me cortar e você se cortar com certeza iremos sangrar, o sangue e vermelho, acabou a diferença.
“Justiça tardia nada mais é do que injustiça institucionalizada. ” Rui Barbosa
O que estamos vivendo são injustiças institucionalizadas, promovidas por quem tinha o dever de impor a justiça como um todo, para todos e por todos. Não quero uma justiça individualizada, mas uma justiça que seja praticada para abranger a todos, ninguém pode ou deve escapar dos ditames legais.
Ninguém está acima da lei. Mas e a justiça? A justiça é praticada em prol de alguns e em detrimento da grande maioria, fazendo a leitura da lei conforme seus entendimentos e critérios pessoais que isolam a maioria. Exemplo: se Maluf merece tratamento humanitário, por que os milhares de presos doentes não merecem o mesmo tratamento?
Vivemos há mais de 500 anos em diversos Brasis que dirá no que tange a justiça. A justiça não é praticada, ela é extremamente seletiva, classista, protecionista. Como bem disse FHC em entrevista recente: “Lula não é um preso político. É um político preso. ” Não falo isso para tripudiar ninguém, mas vejo como uma exceção que deveria ser a regra.
A justiça que eu quero é aquela que está prevista na Constituição Federal de 1988: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;