Na última semana, foi realizada a reunião extraordinária do Comitê Técnico Regional do Algodão (CTRA), que debateu propostas para atualizar a legislação fitossanitária para garantir maior segurança na prevenção de doenças e pragas na próxima safra de algodão na Bahia. Durante os encontros realizados na quinta-feira (24), em Barreiras, e na terça-feira (22), em Guanambi e Malhada, produtores, técnicos da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) revisaram as portarias que dispõem sobre as medidas fitossanitárias para o controle do bicudo do algodoeiro e o cultivo de segundo ciclo do algodoeiro para a região sudoeste da Bahia. Uma das medidas mais eficazes e que poderá ter mudança é o período do vazio sanitário, quando os produtores devem eliminar todos os restos de culturas e plantas vivas de algodoeiro (soqueiras e tigueras) do campo.
Embora no oeste baiano o vazio sanitário nas propriedades de algodão aconteça entre os dias 20 de setembro e 20 de novembro, foram sugeridas algumas exceções e mudanças neste período que podem depender da região do estado. No sudoeste, será revogada a portaria que vai garantir a adoção do vazio sanitário de algodão também para os produtores desta região. Ao representar os produtores de algodão, o diretor da Abapa, Marcelo Kappes, colocou na mesa de negociação, por exemplo, a antecipação em 10 dias do período do vazio sanitário nas regiões agrícolas de Campo Grande e Cascudeiro, em Baianópolis, e também a prorrogação do algodão irrigado, caso seja necessário.
“No sudoeste baiano, que nos últimos três anos, não houve vazio sanitário, foi sugerida a semeadura de 15 de outubro a 30 de janeiro e o vazio sanitário de 15 de agosto a 15 de outubro”. Dentre outras demandas que entraram na pauta estão: a intensificação da fiscalização pela Adab da fiscalização de transporte de capulhos, sementes e caroços de algodão, que pode causar a proliferação do bicudo do algodoeiro, e do trânsito de máquinas e implementos agrícolas, que podem conter sementes de plantas daninhas a exemplo do amaranthus e outras invasoras de difícil controle.
A diretora de defesa sanitária vegetal da Adab, Rosângela Schetiini Knupp, explica que este tipo de comitê tem a sua criação determinada por lei federal, e que abrange representantes de órgãos públicos, de pesquisa e do setor produtivo. “O comitê é consultivo e ajuda a adequar e aperfeiçoar a lei fitossanitária vigente às mudanças da realidade e a necessidade no campo fortalecendo a política de prevenção e combate às principais doenças e pragas que tanto prejudicam o setor produtivo e a economia do Estado”, reforça. Durante a reunião, também foi discutida a alteração de data de envio dos cadastros dos produtores do Proalba à Adab e o reforço dos critérios para a emissão dos certificados de regularidades por parte dos produtores. A próxima reunião da Comissão Técnica Regional do Algodão (CTR) está prevista para acontecer no dia 18 de julho, quando deverão ser incluídos representantes das instituições de pesquisa e ensino.