Para verificar “in loco” a veracidade de vídeo que vem se espalhando com grande alarde nas redes sociais, um grupo formado pelo prefeito de Cocos, Marcelo Emerenciano, secretários de meio ambiente de Cocos, Agenor Neto, de Jaborandi, Dalmir Neves, representante da Secretaria de Meio ambiente de Correntina, Marcos Rogério Beltrão, produtores rurais e moradores locais, visitaram nesta segunda-feira (16) pontos estratégicos do rio Formoso, que fica na divisa entre os municípios de Cocos e Jaborandi, e concluíram que “não parece se tratar do mesmo rio das imagens”.
O prefeito de Cocos também acredita que o rio Formoso não sofre risco de seca como mostrado em vídeo. “Estamos atentos e vigilantes, por meio da nossa secretaria de meio ambiente, caso haja uma redução drástica na vazão do Formoso, o que estamos seguros de que não está acontecendo”.
Também presente na visita, a engenheira agrônoma da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Glauciana Araújo, reforça que o vídeo em si não comprova que se trata do rio Formoso. “Os dados disponíveis no Sistema Nacional de Informações Hídricas (SNIRH) da Agencia Nacional de Águas demonstram que este ano a vazão do rio está superior ao registrado no ano passado, informação essa confirmada através desta visita. Além disso, ao analisarmos imagens de satélite, o único ponto mais semelhante ao apresentado no vídeo, com a presença de rochas e largura do rio, foi visitado e descartada esta hipótese”, garante.
Para o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Busato, é preciso verificar a denúncia, que pode prejudicar, de maneira irresponsável, todo o trabalho desenvolvido pelos agricultores da região, que vem garantindo emprego e renda para a região e de maneira sustentável. “Os produtores rurais do oeste baiano respeitam a legislação ambiental e hoje possuem projetos consistentes na conservação da vegetação nas nascentes e margens de rios, além de um estudo que visa mensurar o potencial do aquífero”, afirma ele, ao se referir também a um estudo da Embrapa, que demonstra que no oeste da Bahia, mais da metade da área dos imóveis rurais é destinada para a preservação da vegetação nativa local.
Estudo – As entidades dos agricultores – Abapa e Aiba – estão investindo R$ 500.000,00 em um projeto que já recuperou nascentes nos municípios de Correntina, Cocos e Jaborandi, e que vai abranger mais 11 municípios do oeste da Bahia. Visando a segurança hídrica da região oeste da Bahia, os agricultores, ainda estão apoiando um estudo científico do potencial hídrico da região que envolve a quantificação e monitoramento das águas subterrâneas, superficiais e estudo do solo no que se refere ao uso, ocupação e influencia na recarga dos mananciais hídricos.