O Partido Social Liberal (PSL) oficializou neste domingo a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República. Porém, até o momento, preferiu não anunciar o nome de quem será seu vice. Correligionários e pessoas ligadas à campanha afirmam que ainda não há nada definido. Cotada para o cargo, a professora e advogada Janaína Paschoal, também filiada ao partido, chegou ao evento, marcado para 9h, por volta de 10h30, acompanhada por fãs. Questionada se já aceitou o convite para compor a chapa do presidenciável, ela fez que não com a cabeça. “Ainda estamos conversando”, disse.
As últimas semanas foram marcadas por dificuldades na composição da chapa do presidenciável, com a desistência de possíveis candidatos a vice. Sondados, o senador Magno Malta (PR) e o general Augusto Heleno Pereira (PRP), não fecharam com o deputado.
A escolha de Janaína reforçaria o isolamento de Bolsonaro no cenário político. Sem um vice de outro partido, Bolsonaro terá cerca de 8 segundos em cada bloco de propaganda gratuita no rádio e na TV, já que o PSL é um partido pequeno. Isto pode reduzir a visibilidade do candidato. Ele, porém, não parece preocupado, já que apoia sua força nas redes sociais.
Bolsonaro e os três filhos estão no evento hoje. A chegada do presidenciável foi acompanhada de muita euforia entre seus simpatizantes. Janaína Paschoal, o general Augusto Heleno Pereira e o senador Magno Malta também foram ovacionados.
Outro motivo de animação dos presentes foi o lançamento do jingle oficial da campanha. Em ritmo de forró, diz o refrão: “Muda Brasil / Muda Brasil / Muda de verdade /Bolsonaro com justiça e com coragem”.
Antes da convenção ter início, um militante com máscara de Donald Trump circulava pelo local e era aplaudido pelos apoiadores de Bolsonaro. Outro arrancou selfies do público fantasiado justamente de Bolsonaro, com uma faixa presidencial. Na plateia, gritos de fãs atacavam a imprensa : “vamos fechar a Globo”, “fake news” e “lixo news” foram frequentemente ouvidos.
Redes sociais – O esforço na internet, por enquanto, parece funcionar. O deputado de extrema direita e capitão de reserva do Exército continua apontado pelas pesquisas como um dos nomes fortes das eleições 2018, com cerca de 30 milhões de votos. “Tenho gente que me apoia em todo o Brasil. Alguns até me amam”, declarou esta semana o candidato. Na ocasião, ele voltou a prometer a legalização do porte de armas e reacendeu a polêmica ao fazer uma menina simular com os dedos um revólver.
Bolsonaro tem mais votos hoje do que qualquer outro candidato, exceto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso por corrupção há quatro meses e cuja candidatura deve ser impugnada. Em simulações de segundo turno, contudo, Bolsonaro é derrotado por todos os principais candidatos, segundo o Datafolha.
*Veja