O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta sexta-feira (3) que, se eleito, pode privatizar a Petrobras “se não tiver solução”. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews que, nesta semana, entrevistou postulantes ao Palácio do Planalto nas Eleições 2018.
“Se não tiver uma solução, eu sugiro a privatização da Petrobras. Acaba com esse monopólio estatal e ponto final. Então, é o recado que eu dou para o pessoal da Petrobras. Eu entendo que a Petrobras é estratégica. Por isso não gostaria de privatizar, esse é o sentimento meu. Agora, se não tiver solução, não tiver um acordo, você não vai ter outro caminho “, afirmou o candidato.
De acordo com o candidato, se ele for eleito, o economista Paulo Guedes será o ministro da Fazenda e terá a liberdade para conduzir a política econômica e ainda escolher, por exemplo, o presidente do Banco Central.
Gays, mulheres e aborto
Durante a entrevista, o candidato do PSL disse não ser homofóbico, acrescentando ser contra o que chamou de “ideologia de gênero” que, segundo ele, é ensinada nas escolas.
“Nunca fui homofóbico. [Mas] eu não posso admitir que crianças com seis anos de idade assistam a filmes como ‘Encontrando Bianca’, onde meninos se beijam, meninas se acariciam, para combater a homofobia. Está na cara que a criancinha de seis anos de idade que assistir a isso, no intervalo, o Joãozinho vai querer namorar o Pedrinho. Um pai não quer chegar em casa e encontrar o filho brincando de boneca por influência da escola”, afirmou.
Em outro trecho, Bolsonaro foi indagado sobre o que pretende fazer, caso seja eleito, para combater a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Ele disse, então, que seria um “absurdo” o governo criar algum tipo de política sobre o tema.
“Se você quiser interferir no mercado, você vai quebrar de vez. Não é que tem quem ganha menos ou mais. Isso vai do entendimento de quem contrata. Você vai chegar e vai dizer que [homens e mulheres] têm que ganhar a mesma coisa? […] Você não tem como interferir no mercado. Isso é um absurdo”, afirmou Bolsonaro nesta sexta.
Globo responde a fala de Bolsonaro sobre golpe militar
Ao final do programa, Jair Bolsonaro elogiou Roberto Marinho (fundador da Globo) por um editorial de 1964 tratando sobre o que chamou de “revolução”. Diante do elogio, ao final da entrevista, a mediadora Miriam Leitão leu uma resposta das Organizações Globo na qual reconheciam o “erro” em ter apoiado o golpe militar.
A jornalista informou que um novo editorial foi publicado em 2013. Pontuou também ter sido “equivocadas outras decisões editoriais do período que decorreu desse ‘desacerto’ originai”. Em seguida, ela encerrou o programa sem novos comentários do pré-candidato.