O abalo provocado pela explosão na Usiminas, em Iaptinga, na Região do Vale do Aço, chegou a ser registrado pelo observatório sismológico da Universidade de Brasília nesta sexta-feira (10). O abalo foi de 1,86 grau na escala Richter, o que é considerado um tremor de baixa intensidade.
O impacto da explosão, que aconteceu no início da tarde, foi sentido em vários bairros perto da Usiminas, segundo moradores. O momento exato foi registrado pela câmera da InterTV, afiliada da Globo no Vale do Aço. “A gente nunca viu uma explosão daquela, né. Com negócio de terremoto em vários lugares, a gente ficou preocupado que podia ser um tremor de terra”, contou o comerciante Onofre Oliveira.
Os funcionários deixaram a usina rapidamente. Os bombeiros foram chamados. De longe dava para ver que tinha muita fumaça. O maior dos 3 tanques ficou completamente destruído.
Trinta e quatro pessoas, entre funcionários e prestadores de serviço, foram levadas para o hospital, nenhuma em estado grave. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma teve ferimento no rosto, uma teve suspeita de intoxicação e, as demais, quadros de mal súbito decorrente de pânico ou inalação de gás. Algumas vítimas já tinham sido liberadas no começo da noite.
Assustados, funcionários não queriam falar sobre a explosão, que ocorreu em um dos gasômetros da empresa. De acordo com os bombeiros, ainda não se sabe o que provocou o acidente.
O tanque que explodiu, chamado de gasômetro, continha uma mistura de gases utilizada na produção de aço, denominada LDG (Linz Donawitz Gás), também chamado gás de aciaria. Os outros dois tanques idênticos, próximos ao que explodiu, foram “inertizados”. O material não é tóxico e o principal componente é o monóxido de carbono.
Segundo os bombeiros, medições feitas com aparelhos de leitura de gases comprovaram a segurança da área, não havendo, assim, a necessidade de retirada dos moradores de bairros próximos. Por medida de segurança a Polícia Militar retirou alunos de escolas próximas ao local. Em algumas não houve aulas. Várias lojas fecharam as portas.
A Usiminas iniciou as atividades na década de 1960. A então estatal foi privatizada na década de 1980. A empresa produz aço para indústrias automobilísticas, de implementos agrícolas e de eletrodomésticos, entre outras. A produção no segundo trimestre deste ano foi de 813 mil toneladas de aço.
No início da tarde, a empresa divulgou nota em redes sociais comunicando o acidente. Disse que a canalização de gás havia sido bloqueada e que não havia vazamento. A fábrica foi fechada e não há previsão de retorno.
O governador Fernando Pimentel (PT) informou que disponibilizou a estrutura necessária do estado para o atendimento dos feridos e contenção das chamas. Uma equipe do núcleo de emergência ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente foi deslocada para o local, onde vai realizar uma avaliação sobre a situação e adotar as providências necessárias.