Conhecido pelo comportamento explosivo, Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República, criticou PT e PSDB em ato de campanha neste sábado (25) e defendeu uma estratégia para impedir a vitória de Jair Bolsonaro(PSL). “Temos que fazer debate com Bolsonaro no território do Posto Ipiranga”, afirmou o ex-governador do Ceará, em referência a Paulo Guedes, espécie de oráculo do deputado federal.
Em evento com a militância na Via Matarazzo, casa de show em São Paulo (SP), Ciro disse que Bolsonaro é o “adversário predileto na internet”, mas que não adianta confrontá-lo com questões relacionadas ao machismo e racismo nos debates presidenciais. “Ele está com essa força porque ele é isso e infelizmente uma fração do povo brasileiro é isso e se sente representado”, afirmou.
De acordo com o pedetista, as fragilidades do deputado federal estão em contradições sobre suas propostas de governo. Ele citou como exemplo a ideia de acabar com o subsídio para o agronegócio. “Se for levar ao pé da letra a proposta do Bolsonaro, o agronegócio brasileiro fecha em 12 meses”, afirmou. De acordo com o candidato, em 2017 o governo federal gastou R$ 158 bilhões com subsídios ao setor. “Os ultraliberais acham que isso é uma distorção grave”, completou.
Não foi só o deputado federal que foi alvo da metralhadora verbal de Ciro. Ele também criticou os governos do PT e PSDB e as articulações eleitorais dos dois partidos. “As alianças do PT e PSDB deixaram para mim só o Avante”, afirmou, em referência às coligações, que reduziram seu tempo de propaganda eleitoral em rádio e televisão.
Em seguida, o presidenciável ironizou o tempo de exposição de Geraldo Alckmin (PSDB), que terá 5 minutos e 32 segundos e 434 inserções. “Imagina o Alckmin seis minutos por dia, vai dar pra dormir”, disse Ciro, que terá 38 segundos e 50 inserções. O tucano conquistou maior tempo de propaganda devido ao apoio do centrão, que desistiu de apoiar o ex-governador do Ceará.
Ciro voltou a criticar também a estratégia do PT em manter a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. “Essa brincadeira pode tirar 2, 3, 4, 5 pontos críticos de mim e permitir que direita e extrema-direita vão ao segundo turno”, afirmou.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, no cenário sem o ex-presidente, Bolsonaro lidera com 22% das intenções de voto, seguido de Marina Silva (Rede), com 16%. Ciro aparece tecnicamente empatado com Alckmin. Ele registrou 10% e o tucano 9%.
Condenado em 2ª instância por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula está preso desde 7 de abril. O registro de candidatura deve ser julgado em 4 de setembro e ele pode ser considerado inelegível, de acordo com a Lei da Ficha Limpa.