O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que foi o terceiro candidato à Presidência mais votado no primeiro turno, disse que o juiz federal Sergio Moro, responsável pelas decisões em primeira instância da Operação Lava Jato, deveria aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para comandar o Ministério da Justiça.
“Sergio Moro deveria aceitar logo o convite. Ele não é juiz, ele é político e deveria assumir essa vocação e assumir logo esse ministério. Assim ele poderia mostrar como pode ajudar o Brasil sem os arbítrios judiciais”, disse Ciro em entrevista à rádio CBN, na noite desta quarta-feira (31).
Moro foi sondado por Bolsonaro um dia após o segundo turno das eleições. O presidente eleito disse que convidaria o juiz federal para ser ministro da Justiça ou membro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Moro e Bolsonaro têm uma reunião agendada para amanhã (1º) no Rio de Janeiro para discutir a indicação dele ao ministério. O juiz visitará o presidente eleito, que estará acompanhado de seu vice, General Mourão.
Apesar de chamar Moro de “político”, Ciro disse que não se pode atribuir a ele toda a causa do antipetismo. “O Sergio Moro se orienta pelo mapa da operação mãos limpas [da Itália]. Eu já li artigos dele fazendo apologia inclusive a vazamentos. Ele defendia isso em artigos. Agora dizer que foi a Lava Jato que causou tudo isso [antipetismo], não percebemos o fenômeno correto, ao contrário da cúpula do PT que chama 60% do povo brasileiro de fascista”, disse.
Segundo a Folha de S. Paulo, se aceitar o convite de Bolsonaro, Sergio Moro deverá comandar um “Superministério”, que vai agregar estruturas da Justiça, Segurança Pública, Transparência e Controladoria-Geral da União e o Coaf (Controle de Atividades Financeiras) –este último hoje ligado ao ministério da Fazenda.