Advogados do médium Antônio Miguel Rodrigues, suspeito de quatro homicídios e uma lesão corporal grave na Bahia e em Goiás, disseram nesta sexta-feira (11) que as pessoas morreram em decorrência do precário estado de saúde e não por complicações das cirurgias espirituais.
De acordo com o jornal Estado de S.Paulo, o médium de 53 anos foi denunciado por parentes das supostas vítimas nas delegacias de Aparecida de Goiânia, onde mantém um centro espírita chamado Grupo Espírita Bezerra de Menezes, e de Barreiras, município baiano. As denúncias iniciaram na Bahia e depois em Aparecida de Goiânia. O médium realiza as cirurgias há 35 anos.
Segundo o advogado, “as pessoas que morreram já tinham o diagnóstico preexistente e na última hora foram procurar auxílio” com o médium. A defesa negou também que Rodrigues tenha usado objetos perfurantes, como tesouras ou bisturis, muito menos martelo, como relataram à polícia os parentes das vítimas.
Sobre o caso de lesão corporal grave do idoso Mário Joaci Pereira Rocha, de 71 anos o advogado disse que o médium relatou que não se recorda do processo. O homem teve os testículos perfurados em Barreiras, onde foram operadas mais de 500 pessoas na chácara de uma vereadora em 10 de novembro de 2018.
A reportagem ainda diz que entre as vítimas estão Vanderluce Soares dos Santos, de 42 anos, e Arnaldo Domingos dos Passos, de 78, que morreram de infecção generalizada, respectivamente, nos dias 29 e 31 de dezembro de 2018 no Hospital do Oeste, em Barreiras.
O advogado negou também que houvesse cobrança de cirurgias. “Se fosse pra cobrar, seria muito mais, como em hospitais normais”, declarou. “Ele usa agulha de acupuntura, não usa bisturi, tesoura, ele refutou essas alegações, até porque usa a prece. Pega no pulso da pessoa e faz um diagnóstico, como se fosse um raio-x”.