O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira (22) que o Ministério da Educação (MEC) precisa de um “freio de arrumação”.
Mourão deu a declaração durante entrevista à Rádio Gaúcha. Ele foi perguntado se está “desconfortável” com os “desencontros” verificados na pasta, comandada por Ricardo Vélez Rodríguez.
Para a secretaria-executiva do MEC, por exemplo, houve anúncio de três nomes anunciados em três meses de governo.
“O Ministério da Educação tem que tomar um freio de arrumação, como a gente diz. Eu julgo que o presidente [Jair Bolsonaro] já conversou com o ministro Vélez [Rodríguez] e vai ser organizado isso nos próximos dias”, respondeu Mourão.
O episódio mais recente foi a saída de Iolene Lima do ministério. Oito dias após ter sido anunciada pelo ministro como secretária-executiva do MEC, cargo considerado o “número dois” na pasta, a própria Iolene informou sua exoneração em uma rede social.
A nomeação de Iolene nem chegou a ser publicada no “Diário Oficial da União”, mas ela acompanhou Vélez Rodríguez em compromissos públicos. Entre eles, esteve ao lado do ministro na visita a Suzano prestar solidariedade às vítimas do ataque a tiros em uma escola.
Vélez Rodríguez, que chegou a ter a demissão especulada nas últimas semanadas, foi indicado pelo escritor de direita Olavo de Carvalho, que também sugeriu vários assessores para ocupar cargos dentro do MEC. O governo acatou as sugestões.
Crise no ministério
O ministro Ricardo Veléz Rodríguez está no centro de uma crise política e está sendo alvo de pressões para deixar o posto.
Veja abaixo o resumo e, em seguida, a explicação mais detalhada do caso:
- O ministro Rodríguez foi indicado pelo escritor de direita Olavo de Carvalho
- Ele montou o ministério com civis e militares
- Rodríguez é criticado pela falta de resultados e por polêmicas como a do hino nacional
- Houve críticas sobre a influência do coronel-aviador Ricardo Roquetti, um dos principais assessores do ministro Rodríguez
- Uma das polêmicas mais recentes envolve uma carta enviada às escolas com o slogan de campanha do Bolsonaro e com o pedido de filmagem de menores
- Bolsonaro determinou que o ministro fizesse demissões
- Luiz Antônio Tozi deixou o cargo de secretário-executivo
- Rubens Barreto da Silva assumiu o lugar de Tozi como secretário-executivo
- Dias depois, o ministro anunciou Iolene Lima para o cargo de secretária-executiva
- Sem ter sido nomeada oficialmente, Iolene anunciou que não fazia mais parte do MEC