Após o presidente Jair Bolsonaro ordenar na semana passada a Petrobras suspender um reajuste de 5,7% no preço do óleo diesel, ministros vão discutir na tarde desta segunda-feira (15) com o presidente da petroleira, Roberto Castello Branco, a política de preço dos combustíveis.
Segundo a Casa Civil, vão participar do encontro marcado para as 14h30, no Palácio do Planalto, os ministros:
- Onyx Lorenzoni (Casa Civil)
- Paulo Guedes (Economia)
- Bento Albuquerque (Minas e Energia)
- Santos Cruz (Secretaria de Governo)
- Floriano Peixoto Vieira Neto (Secretaria-Geral da Presidência)
Também são aguardados no encontro representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O encontro servirá como prévia para uma reunião marcada para terça-feira (16), entre Bolsonaro, ministros e Petrobras, para discutir os aspectos técnicos da decisão da estatal que levaria ao reajuste de 5,7% no preço do diesel nas refinarias.
O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, negou na sexta-feira (12) que a intervenção de Bolsonaro na Petrobras tenha sido “interferência política”.
O reajuste foi anunciado na última quinta-feira (11). Bolsonaro, então, telefonou para o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, e determinou a suspensão do aumento.
Com a decisão de Bolsonaro, as ações ordinárias da Petrobras caíram 8,54% na sexta-feira (12); as ações preferenciais caíram 7,75%. A Petrobras perdeu R$ 32,4 bilhões em valor de mercado.
Bolsonaro afirmou que não defende práticas “intervencionistas” nos preços da estatal, mas pediu uma justificativa baseada em números, alegando que o aumento era superior à inflação projetada.
O governo lida com a questão do diesel receoso de uma eventual nova greve dos caminhoneiros, diante da possibilidade de o setor ser impactado com a alta no preço do combustível. Em 2018, uma greve da categoria paralisou rodovias e interrompeu o transporte de alimentos, combustíveis e outros produtos no país.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, que se reúne às 16h desta segunda com Bolsonaro, afirmou no sábado (13), que é possível “consertar tudo”, se “eventualmente” Bolsonaro fizer “alguma coisa que não seja muito razoável” em relação à Petrobras.