Destaque nacional na produção de grãos e fibra, o Oeste da Bahia também ostenta outro importante título: o de polo produtor sustentável. De acordo com pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mais da metade da área dos imóveis rurais é destinada à preservação da vegetação nativa local, o Cerrado. Na data em que se comemora do Dia do Meio Ambiente, esta notícia chega como um presente à toda população do Oeste baiano.
Nos 32 municípios avaliados, a mancha verde dos espaços reservados à preservação do Cerrado dentro das propriedades recobre mais de 4 milhões de hectares, o que equivalente a 52% do espaço total dos imóveis. O percentual é 2,5 vezes maior do que o exigido pelo Código Florestal – 20%. A extensão de terras reservadas pelos produtores rurais da região para a preservação foi estimada pela Embrapa Territorial, a partir da análise dos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Para a diretora de Meio Ambiente da Aiba, Alessandra Chaves, os dados demonstram a preocupação do setor em produzir com sustentabilidade, não somente cumprindo o previsto na legislação ambiental, mas, sobretudo, preservando os recursos naturais (água e solo), de modo a garantir a continuidade da atividade. Segundo ela, esta é só uma das ações fomentadas pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), que tem conduzido importantes iniciativas, a exemplo de recuperação de nascentes, ações de educação socioambiental, gestão de resíduos, entre outras ações que promovem sustentabilidade em todo processo produtivo.
“Dispomos, dentro da Associação, de um Centro Ambiental que oferece assessoria aos produtores rurais, com orientação adequada sobre a legislação ambiental, e todos os procedimentos para adequação e regularização ambiental do empreendimento rural. O objetivo é promover o uso sustentável dos recursos naturais, conscientizando sobre a importância da preservação ambiental”, salienta.
O presidente da entidade, Celestino Zanela, ratifica que a categoria é a que tem o maior interesse em preservar o meio ambiente, pois dele depende a viabilidade dos seus negócios. “É uma questão lógica: não há como produzir sem água e solo. Então, se não cuidarmos deles futuramente teremos que extinguir a agricultura. Nosso principal desafio é produzir cada vez mais com menos pressão aos recursos naturais, por isso investimos em pesquisa e tecnologia, sem abrir, claro, das boas práticas conservacionistas. Se cada um fizer a sua parte o meio ambiente estará seguro”, pontua.
O Centro Ambiental da Aiba também realiza o monitoramento dos dados pluviométricos; o acompanhamento das Unidades Experimentais para Monitoramento e Combate a Incêndios Florestais, implantadas em três municípios da região (Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e São Desidério), além de fomentar em conjunto com outras instituições parcerias o Plano de Manejo e formação do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) Bacia do Rio de Janeiro na região oeste da Bahia.
Ascom Aiba