Segundo maior produtor de algodão do Brasil, a Bahia sediou a 1ª edição do Dia do Algodão da Bahia, realizado no último sábado (15), na Fazenda Sete Povos, no distrito de Roda Velha, em São Desidério. Impressionados com a infraestrutura do evento, organizado pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), cerca de 1,4 mil agricultores, gerentes e técnicos das fazendas, consultores, pesquisadores, estudantes e profissionais envolvidos na cadeia produtiva do algodão percorreram as estações temáticas, estandes das empresas e o auditório levantados em meio à lavoura de algodão. Além dos encontros e da troca de experiências, o público presente participou de debates e palestras com temas que vão apoiar os agricultores na atualização do pacote tecnológico na próxima safra do algodão baiano, cuja produtividade é reconhecida por ser a maior do Mundo em áreas não irrigadas.

Ao receber o público na primeira estação técnica, o presidente da Abapa, Júlio Busato, parabenizou os agricultores pelos excelentes resultados conquistados na safra agrícola 2018/2019. A colheita teve início neste mês de junho e deverá ter um incremento de 15% na produção, e deverá atingir a marca histórica de 1,5 milhões de toneladas (caroço e pluma). “Mesmo com as adversidades do clima deste ano, com um veranico este ano e chuvas em abril, que reduziram um pouco a produtividade, os agricultores estão de parabéns pela luta diária no campo trazendo levar mais tecnologia para as fazendas, levando desenvolvimento, emprego e renda para a nossa região”, afirmou.

” Precisamos estar cada vez mais unidos”, Júlio Busato presidente da ABAPA

Com os representantes das entidades que defendem a agricultura baiana, como a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Federação da Agricultura do Estado da Bahia (FAEB) e dos Sindicatos Rurais de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, o presidente da Abapa reforçou a importância dos projetos desenvolvidos que vem apoiando o desenvolvimento do setor agrícola. “Precisamos estar cada vez mais unidos para vencer os entraves de infraestrutura, logística, política trabalhista, ambiental e de regulação do setor que se apresentam principalmente fora das fazendas e trazer mais pessoas para as fileiras na luta das entidades que vem protegendo como um escudo o nosso negócio”, afirmou Busato, que reforçou também a incorporação dos critérios de sustentabilidade com certificação pelo programa “Algodão Brasileiro Sustentável” (ABR) de mais de 75% da área produtiva de algodão na Bahia.

Confirmado para o próximo ano, o Dia do Algodão deverá entrar oficialmente no calendário de eventos do setor agrícola. Anfitrião do evento, Marcelino Flores, foi o agricultor homenageado e mesmo com as expectativas, se surpreendeu com o sucesso e o clima de entusiasmo gerado do evento. “Veio para a fazenda um público altamente qualificado e envolvido diretamente com o setor produtivo que trocou informações com as empresas, pesquisadores, jornalistas e entre os agricultores presentes. Foi um dia para ficar na história”, afirma. Para o produtor Luiz Carlos Bergamaschi, o evento inovou com a estrutura e por trazer outros espaços e temas de debate como o auditório que levou uma programação que atraiu mais especificamente os agricultores. “Deste debate, já surgiu um novo momento de reunião e articulação dos agricultores que é importante para a manutenção da cadeia produtiva do setor agrícola do Oeste da Bahia”, afirmou.

Programação

No auditório, foram realizadas palestras para os agricultores convidados sobre o tema “Mercado e Logística de Algodão”, com o representante da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Ariel Coelho; e sobre as políticas públicas que vem sendo desenvolvidas para a cotonicultura brasileira, com o subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, Rogério Boueri Miranda.

Nas estações técnicas, depois das boas vindas dos representantes das entidades agrícolas, os participantes seguiram para as estações técnicas com os temas: Biotecnologia, onde foram apresentadas as características e o manejo diante de novas cultivares de sementes Wide Strike 3 (Corteva), Bollgard 3 RR Flex (Bayer) e GLTP (Fibermax); Fitossanidade, com a demonstração de estratégias de manejo e controle de tigueira e soqueiras de algodão, e do bicudo do algodoeiro pelos técnicos da Embrapa Algodão e da Círculo Verde Consultoria; e de Pesquisa, para disseminação dos resultados dos estudos desenvolvidos pela Embrapa e Fundação Bahia, sobre monitoramento e manejo de doenças e pragas no Oeste da Bahia.

Costelão e políticas para a agricultura 

Durante o almoço de confraternização, o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura e Pecuária (FPA), Deputado Federal Alceu Moreira (MDB-RS), que realizou um pronunciamento em defesa de mais investimentos e apoio para o setor agrícola que vem ancorando a economia brasileira. O Dia do Algodão também abrangeu espaço para as mulheres que participaram e se envolveram no evento pela ação do Núcleo Mulheres do Agro. Ao final, o evento foi encerrado com uma atração musical. O Dia do Algodão foi organizado pela Abapa e contou com o apoio do Instituto Brasileiro de Algodão (IBA) e Fundeagro.

Superando as expectativas

O dia de campo de 2019 foi um verdadeiro sucesso, superou a expectativa daqueles que já são veteranos ou não em eventos como estes. A reinvenção  da formula que tanto fez sucesso no passado era necessária, o querer fazer diferente neste momento é muito importante para a categoria que precisa a cada dia provar a sua força para mercados nacionais e principalmente internacionais. O Site Mais Oeste ouviu alguns agricultores sobre o evento que foi bastante elogiado, mas fizeram a observação que para os próximos anos não só a plástica do evento vai trazer o público e sim pessoas ” palestrantes ” de peso conceitual para atrair o público alvo, além de falar ainda mais de tecnologia, o que é uma das principais armas dos produtores agrícolas.

 

 

 

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