Nesta terça-feira, dia 15 de outubro, comemoramos o Dia do Professor. Esta data serve não apenas para parabenizarmos nossos mestres, mas também para refletirmos sobre a importância desse profissional em nossas vidas. Ela foi determinada pelo decreto federal 52.692, assinado em 1963 pelo então presidente João Goulart.
O número de professores no Brasil passa de 2,5 milhões, segundo censos educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) referentes a 2017. Desse universo, 340 mil professores estavam atuando. Apesar do interesse cada vez menor da população por seguir a carreira docente, o Brasil é o país que paga pior seus professores do ensino fundamental ao médio entre 40 países ou sub-regiões, membros ou parceiros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Mais reconhecimento os professores
Está nas mãos dos educadores o futuro não só dos nossos jovens e crianças, mas da nossa nação. A profissão que deveria ser uma das mais valorizadas por qualquer nação é uma das menos prestigiadas no nosso país. O Brasil ocupa a última posição do ranking de prestígio de docentes. A pesquisa foi realizada em 35 países e divulgada pela Varkey Foundation, entidade dedicada à melhoria da educação mundial.
O ranking de prestígio geral também trouxe números desanimadores, e aponta que menos de 1 em cada 10 brasileiros (9%) acha que os alunos respeitam seus professores em sala de aula, colocando o Brasil mais uma vez em último lugar do ranking. O levantamento mostra ainda que 88% dos brasileiros consideram a profissão de professor como sendo de “baixo status”, o segundo pior lugar do ranking mundial, perdendo apenas para Israel, onde 90% dos cidadãos pensam da mesma forma. Isso reflete no interesse cada vez menor pela profissão.
Alunos X Professores
A falta de respeito de alunos para com os professores são os maiores agravantes desse cenário caótico onde a desigualdade econômica e a violência urbana atuam como fatores que prejudicam o ensino e afetam o professor, tanto no desenvolvimento da sua profissão quanto no cotidiano do trabalho.
Os inúmeros casos de violência contra professores registrados nos últimos anos acendem um alerta. Em 2018, foram registrados 434 ROEs (Registros de Ocorrência Escolar) referentes a violência física dentro da sala de aula. Em média, são 2,17 agressões físicas por dia letivo contra professores. Esse número quase duplicou em comparação ao ano de 2014, quando foi implementado o ROE. Naquela ocasião, foram registradas 237 ocorrências, cerca de 1,2 agressão ao dia letivo, representando um aumento de 83% nos últimos cinco anos.
Em fevereiro e março deste ano, os dois primeiros meses de aula de 2019 segundo o calendário oficial, foram registradas 57 agressões a professores na sala de aula.