Na quinta-feira (11), um homem de 42 anos, que estava internado em um hospital de campanha para tratamento exclusivo do coronavírus em Feira de Santana, fugiu da unidade. Ele foi encontrado minutos depois, relocado para o hospital, onde assinou um termo para ser liberado sem concluir o tratamento.

O homem, que não teve nome divulgado, foi internado na segunda (8), após sentir fortes dores no tórax. O diretor da unidade conta que, antes de fugir, ele pediu liberação a uma enfermeira.

“O paciente chamou nossa enfermeira de plantão e informou que não queria mais ficar no hospital, que já estava se sentindo bem e queria voltar para casa, para ficar com a família. Automaticamente, a enfermeira chamou o médico plantonista, e iniciamos os protocolos internos. Chamamos toda a equipe médica, de enfermagem, assistência social e psicologia. Ele insistiu que tinha que retornar para casa e ficou caminhando pelo hospital”, conta Gilmar Oliveira.

O diretor da unidade disse que o paciente conseguiu fugir do hospital pelo estacionamento, no momento em que um médico chegava para trabalhar. “Ele entrou no estacionamento, pediu para que o nosso funcionário abrisse a porta, e ele não abriu. Porém, quando um médico estava entrando para estacionar o carro, ele saiu. Nós encontramos ele na avenida e demos todo o suporte. Ele estava cansado, não conseguia se locomover por muito tempo. Andava, parava, andava, parava. Com a nossa sorte, vinha passando uma guarnição da Polícia Militar que nos deu apoio. Os familiares dele estavam presentes também, a genitora dele, o padrasto, irmão”, pontua o diretor.

O paciente, então, foi levado novamente ao hospital de campanha, onde teve nova conversa com a equipe médica, que explicou a importância do tratamento. “Em conversa com o médico, após uns 30 minutos aproximadamente, ele resolveu voltar para o hospital. Demos todas as informações para a família, o estado dele, dissemos que ele deveria continuar conosco no hospital, mas ele insistia dizendo que queria retornar para casa. Nós entregamos o termo à família, a mãe dele assinou, bem como ele também, e eles foram para casa”, disse Gilmar.

Durante a noite, a mãe do paciente ligou para o diretor do hospital de campanha, para relatar que ele continuava sentindo as dores no tórax. “Quando foi às 19h de ontem [quinta, 12], a mãe dele me ligou dizendo que ele continuava com fortes dores no tórax. Eu imediatamente pedi para que ela o levasse a uma unidade de saúde mais próxima, que nós os estaríamos aguardando, e ele seria regulado para o hospital de campanha. A mãe dele me falou que ele iria apenas com uma condição: teria que levar um aparelho de celular. Eu disse a ela que, por segurança e protocolos, nem funcionário entra no hospital com celular”.

Segundo Gilmar Oliveira, por se tratar de um adulto, que estava acompanhado da família, os protocolos permitiam que ele saísse do hospital após assinar o termo de responsabilidade. “Por ser adulto, estar com a família acompanhando e assinando um termo optando por voltar para sua casa, sim, é permitida a saída”.

O diretor do hospital fala ainda que acredita que a atitude dele, de querer sair da unidade, tem relação com o estado de saúde causado pelo novo coronavírus. “A saturação dele já estava 80% comprometida, então a falta de oxigênio no cérebro fez com que ele ficasse desorientado”, argumentou Gilmar.

Até esta sexta-feira (12), o paciente está em isolamento em casa, com estado de saúde estável.

Foto//TV Subaé

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