Itapoá, cidade com a maior faixa litorânea de Santa Catarina, vai receber uma obra inédita no Brasil: o alargamento de praia a partir da areia retirada da dragagem de um canal. A assinatura do serviço foi feita em agosto e a previsão é que sejam depositados 6,4 milhões de metros cúbicos de sedimentos à orla. O volume é mais do que o dobro do usado na megaobra de Balneário Camboriú e equivale a uma montanha de 200 metros de altura de sedimentos.
Feito por meio de uma parceria entre o governo estadual e o setor privado, o serviço vai retirar quase o dobro de areia do fundo da Baía da Babitonga, cerca de 12,5 milhões de metros cúbicos.
Parte desse material será destinada à recuperação da orla de Itapoá, que sofre com erosão marítima, enquanto outra parcela será levada para alto-mar, em uma área chamada de “bota-fora”.
A dragagem vai custar cerca de R$ 324 milhões e quer ampliar a profundidade do estuário que dá acesso aos portos de Itapoá e São Francisco do Sul para permitir que navios maiores, de 366 metros, operem na região. Hoje, o limite é de embarcações de até 336 metros.
Em relação ao alargamento, a obra vai ampliar em pelo menos 30 metros a faixa para banhistas, em uma extensão de cerca de 10 quilômetros, entre a região da Figueira e o Balneário Princesa do Mar. Em alguns pontos, o engordamento poderá ultrapassar 100 metros.
Em março, durante a assinatura da parceria público-privada, a prefeitura destacou que a iniciativa vai além da proteção costeira, prometendo criar um novo cartão-postal e valorizar a região. Com 30 mil moradores, a cidade tem nota máxima no Mapa do Turismo Brasileiro.
Apesar do avanço no planejamento, as obras ainda dependem da autorização ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da conclusão do projeto executivo, que deve levar quatro meses. O cronograma detalhado será divulgado nas próximas semanas.
Com 32 quilômetros de litoral, Itapoá faz divisa com o Paraná e tem diversas opções para banhistas e pontos turísticos à beira-mar. No fim de agosto, a cidade decretou situação de emergência por conta dos estragos causados pela chuva e o aumento da erosão na área costeira.
Financiamento
A obra será viabilizada por meio de uma Parceria Público Privada (PPP): o porto público de São Francisco aportará R$ 24 milhões e o terminal privado de Itapoá, R$ 300 milhões, investimento que será devolvido de modo parcelado até dezembro de 2037, aproximadamente 11 anos após o fim da obra.
Fonte//G1