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Tão comuns como as panelas de pressão para uma casa são as caldeiras para a indústria. Elas estão em cena desde a Revolução Industrial e, muitas, apesar de toda a evolução tecnológica, guardam ainda o mesmo jeitão das primeiras, já que o princípio básico – produzir vapor a partir da energia térmica – continua o mesmo. Nas unidades de beneficiamento de algodão, as caldeiras entram na gestão da umidade da fibra, seja retirando ou repondo água, conforme a etapa do beneficiamento. A comparação com a panela de pressão não foi à toa. Ambas são funcionais, geram vapor sob pressão, e precisam ser muito bem cuidadas para evitar riscos de explosão. Para operar caldeiras nas algodoeiras é preciso, no mínimo, Ensino Médio, além de um curso de formação de 100 horas, sendo 40 em Segurança do Trabalho e 60 horas de estágio supervisionado. Mas entre a exigência legal e a oferta de mão-de-obra capacitada há um déficit, que a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) está trabalhando para sanar.
“O primeiro passo é a formação básica dos operadores, muitos dos quais não possuem o Ensino Médio. Estamos ajudando a resolver este problema, através do nosso Centro de Treinamento, com ações que busquem eliminar o analfabetismo funcional, através da EJA (Educação de Jovens e Adultos), em parceria com o SESI. Resolver a falta do curso específico está entre as nossas prioridades, e é o que estamos fazendo ao implantar, numa versão completa on-line e presencial da capacitação. Tudo isso, gratuitamente, para a algodoeira e para o operador”, explica o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi.
O curso iniciou neste mês de junho, e seguirá pelas próximas semanas, uma para cada módulo. De acordo com Alexandre Leite, da empresa Brasil Seg, que está conduzindo a capacitação, as 40 horas teóricas já foram cumpridas e, nas próximas cinco semanas, ocorre o estágio supervisionado, com dois encontros semanais nas algodoeiras que aderiram, conduzidos por um engenheiro mecânico. “A capacitação foi formulada para atender a todas as exigências da Norma Regulamentadora número 13, do Ministério da Economia, relativas à teoria e à prática”, explica Leite.
Apesar da grande demanda, o curso inaugural teve baixa adesão, por conta do período atual, a colheita, em que as algodoeiras começam a trabalhar e só param após terminado todo o processamento da safra. Por conta do estágio supervisionado, que acontece in loco, na algodoeira, por enquanto apenas as fazendas associadas da Abapa e suas unidades de beneficiamento podem participar do treinamento. O Grupo Franciosi aderiu, apesar da colheita estar acelerando. “Nos últimos anos, a empresa vem passando por grandes transformações em qualidade de gestão, e buscar a qualificação adequada para os operadores de caldeira está em linha com tudo isso. Pensar grande é uma característica da família e, para obter os resultados esperados, é preciso pessoas capacitadas”, diz o gerente de algodoeira Adriano Lodi Morais.
Mais informações: (77) 3639-6832/ ct9@abapa.com.br
Imprensa Abapa