Foto//AP Photo/Andre Penner

Nesta quarta-feira (14), foi publicado um estudo na revista científica Nature, liderado por uma pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que aponta que regiões da floresta Amazônia afetadas pela degradação ambiental estão emitindo mais carbono do que consegue absorver.

Uma das autoras do estudo, Luciana Vanni Gatti, diz que a segunda “má notícia” é a descoberta de um efeito secundário do desmatamento: a emissão indireta de carbono causada pelo impacto da diminuição das chuvas na fotossíntese.

“É sabido que acontece uma emissão direta com a queimada. A emissão indireta acontece porque, segundo o que observamos, as regiões desmatadas apresentam maior perda de chuva, principalmente na estação seca (agosto a outubro)”, explica a pesquisadora.

Com a queda o volume das chuvas, a temperatura subiu 2°C no nordeste da floresta e 2,5°C no sudeste, e esse “estresse” afetou a fotossíntese, fazendo que as árvores emitam mais CO2 do que em situações normais para compensar o desequilíbrio.

Segundo Gatti, atualmente a floresta emite – além do que consegue absorver – 0,29 bilhão de toneladas de carbono por ano para a atmosfera.

A pesquisa aponta que o principal ponto que leva ao desequilíbrio é a região sudeste da Amazônia, que faz fronteira com outros biomas e também concentra parte do chamado “Arco do desmatamento”, região vulnerável do bioma pelas pressões do desmate e das queimadas.

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