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Agricultores da região da Coaceral, no Oeste da Bahia, fazem um apelo para que o Judiciário decida de uma vez por todas o processo que discute a legitimidade de suas propriedades. Mesmo após dois anos da deflagração da Operação Faroeste, o processo que discute a posse definitiva das terras segue sem definição. A Faroeste desvendou um esquema de fraudes pelo qual as terras da Coaceral foram transferidas a um único homem e, em seguida, a uma holding cujos proprietários são acusados de uma série de crimes.
Embora as matrículas tenham sido transferidas novamente para os produtores, a ação judicial que trata do tema ainda não foi julgada de forma definitiva. Com isso, os produtores enfrentam dificuldades para conseguir financiamento para investimentos em suas propriedades e para a compra de produtos indispensáveis ao plantio, como o adubo – cujo preço subiu muito recentemente, e tem que ser pago à vista.
“Isso amarra a vida da gente. O fato de as matrículas terem sido restabelecidas ajudou muito, mas ainda existe desconfiança”, afirma um integrante da Associação dos Produtores Rurais da Chapada das Mangabeiras (Aprochama). “Quem poderia pegar R$ 1 milhão de empréstimo para compra de maquinário ou construção de silos, por exemplo, consegue de R$ 300 a R$ 500 mil. Essa indefinição gera uma instabilidade financeira para todos, o que prejudica a montagem de uma infraestrutura básica para o plantio”, acrescenta.
Os problemas causados pelas dificuldades na obtenção de financiamento se acentuam nos períodos de plantio, justamente quando os agricultores mais precisam de apoio. O plantio para a próxima safra começou este mês e, mais uma vez, os agricultores se vêem às voltas com problemas estruturais relacionados aos documentos das terras, o que atrapalha a produção de grãos. “Apesar de produzirmos muito, nossa região é muito prejudicada. Os produtores fazem o plantio na marra”, lamenta um dos agricultores.
A região Oeste da Bahia se tornou um dos maiores celeiros agrícolas do país nos últimos anos. A produção local tem forte impacto no produto interno bruto do Estado e contribui, de forma significativa, para a geração de renda, emprego e alimentos.
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