No dia 2 de fevereiro, a Orla do Cais no Rio Grande, foi o cenário de saudações à Iemanjá e Oxum na Capital do Oeste, nas homenagens que tradicionalmente recebem centenas de devotos que reforçam a fé e devoção, com a entrega de presentes e oferendas às rainhas das águas salgadas e doce. A festividade contou com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo com toda logística necessária para a realização da festa iniciada logo pela manhã com a alvorada.
Já no período da tarde, os devotos e membros de terreiros se concentraram na Praça Landulfo Alves com cânticos e manifestações culturais, em seguida, participaram do cortejo fluvial no Rio Grande e a realização da Grande Gira, com as imagens das duas orixás das águas. Willian Diemes, membro da Casa São Jorge Guerreiro, falou da realização desta festa cultural que conta com a parceria da Prefeitura de Barreiras. Este ano, mais de 15 terreiros, devotos de Oxum e Iemanjá, participaram do 2 de Fevereiro.
“A festa de Iemanjá e Oxum é uma marca da cultura barreirense e para o povo de santo, atualmente, ela é a única festa onde reúne todas as Casas para celebrar esse momento que é a marca do nosso povo e da nossa fé. Já são mais de 40 anos de história e essa festa linda, em todos esses anos contou com o apoio da Prefeitura de Barreiras, um apoio muito positivo para todos nós”, ressaltou Willian.
Vestidos de branco e azul, muitos colocaram em barcos e cestos os presentes como flores naturais, perfumes, frutas, ervas frescas e a renovação de pedidos em homenagens às padroeiras também dos pescadores. A programação cultural contou ainda com rodas de capoeira e apresentação da Banda Municipal 26 de Maio que tocou o Hino do Senhor do Bonfim e a música Ijexá, em homenagem aos filhos de Gandhy.
“A Prefeitura de Barreiras trabalha com projetos que garantam a manutenção da cultura popular, essa festa de Oxum e Iemanjá, faz parte do calendário cultural do município. Essa é uma festa esperada e aguardada pelo povo santo, e pelo sétimo ano consecutivo, abraçamos essa festa democrática, para que todos esses devotos façam suas celebrações com muito amor, carinho, e, sobretudo, com respeito”, destacou a secretária de Cultura e Turismo, Emília Moreno que participou do cortejo junto com demais autoridades municipais.
História – A festa do Rio Grande nos moldes atuais está completando 31 anos. Mas, teve seu início no final dos anos 50 , início dos anos 60, pela Mãe Nicinha. Ela era comemorada no dia 8 de dezembro, com cortejo fluvial que realizava as oferendas no trecho do antigo bar e restaurante La Barca.
Nessa época, Mãe Nicinha trazia três mulheres (Iabás) representando as orixás Oxum, Iemanjá e Sta Joana Darc. No início dos anos 80, em agradecimento a uma devoção, mãe Nicinha incluiu no cortejo a imagem de Jesus Cristo, Oxalá na devoção dos Terreiros.
Em 1993, com a ajuda de Mãe Nicinha, Osmar Mendes e Wefferson Chola, idealizaram a festa para Iemanjá, em 2 de fevereiro, já na Orla do Cais, na Praça Landulfo Alves. Com a morte de Mãe Nicinha, as festas antes distribuídas em datas e locais distintos (8 de dezembro e 2 de fevereiro), foram unificadas tendo à frente Mãe Glorinha e ficando apenas no dia 2 de fevereiro como acontece hoje, mas reverenciando as duas Orixás das águas.
Dircom