Organizada pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), agricultores baianos realizaram até a última sexta-feira (26), um intercâmbio para conhecer as novas tecnologias sustentáveis de irrigação em Israel – País com 5600 anos de História. A comitiva, que também contou com a participação de técnicos de fazendas, gerentes, diretores, pesquisadores e consultores ligados à produção agrícola no Oeste da Bahia, visitou no período de cinco dias, lavouras, indústrias do agro e centros de pesquisa israelenses dedicados para a agricultura irrigada com o uso bastante otimizado e racional dos recursos. A limitação maior deles é a quantidade de água para cada KIBBUTZ (agrovilas de plantio e indústria que agrupam em torno de 300 famílias cada). A escolha pelo País está relacionada ao sucesso de Israel nas inovações tecnológicas e o nível de organização de todo o setor agrícola para produzir em clima e terrenos desérticos com baixa pluviosidade.
Ao integrar a comitiva, o vice-presidente da Abapa e cotonicultor, Luiz Carlos Bergamaschi afirma que “Israel é um País que superou suas limitações por meio de investimentos em grande escala na infraestrutura a nível nacional como por exemplo a disponibilidade da água para irrigação aos produtores, portos, rodovias, ferrovias; investimento em pesquisas e desenvolvimento; investimento em Universidades e instituições tecnológicas, extensão e treinamento deste conhecimento ao produtor rural. Tudo isso aliado a união e organização eficiente dos produtores faz este Pais se destacar a nível mundial”, afirma.
A comitiva passou pelo campo de algodão da Terra Verde Agriculture, em Ashkelon; participou de uma apresentação na Faculdade de Agricultura da Universidade Hebraica de Jerusalém, além da tecnologia de irrigação da NaanDanJain Company, que já vem realizando intercâmbio por meio da Abapa e da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), no Oeste da Bahia. Ao também participar da missão, o consultor técnico e agricultor, Celito Breda, explica que o agronegócio israelense depende de soluções tecnológicas que tragam valor agregado às lavouras de frutas e grãos como milho e algodão. Para ele, o que mais surpreendeu foi o nível de organização, planejamento, determinação, coletividade, empreendedorismo e extrema capacidade de marketing e comercialização dos seus produtos.
“Eles desenvolveram uma variedade tolerante (híbrida acala + pima) – que poderia ser utilizada no Brasil. Este intercâmbio é fundamental para estabelecer parcerias no sentido de trazer tecnologias que já vem sendo implantadas na prática e com sucesso nas regiões mais secas da área do Matopiba. A agricultura em Israel é beneficiada pelas inovações tecnologias, porque boa parte dela é desenvolvida em áreas desérticas bastante parecidas com áreas do semiárido brasileiro”, reforçou Breda. Esta é a segunda missão técnica organizada pela Abapa. A primeira foi para a Austrália, em janeiro de 2013, com foco em técnicas para prevenção e combate a pragas nas lavouras . Na época, o Oeste da Bahia foi surpreendido pelos prejuízos causados pela Helicoverpa armigera.
Assessoria de Imprensa Abapa