A rotina dos profissionais que se dedicam ao combate das zoonoses, em Barreiras, ganha uma função extra e que exige um grau significativo de humanidade e desprendimento. Os animais vítimas de maus-tratos são recolhidos com frequência pelas equipes do Centro de Controle de Zoonoses e a partir daí, os três médicos veterinários iniciam um protocolo de cuidados para amenizar a dor e oferecer tratamento adequado aos animais, na maioria, equinos.

Os relatos são muitos e comoventes. Nesta semana, uma égua recolhida em uma área onde ocorreu um incêndio criminoso tem sido o centro das atenções dos médicos veterinários do Zoonoses. O animal estava amarrado e teve boa parte do corpo queimado, além disso, estava recém-parida, o potro não resistiu e acabou morrendo queimado. “A égua chegou aqui com sofrimento físico e psicológico, iniciamos o tratamento com medicamentos, além de oferecer comida e muito carinho”, diz o veterinário Antônio Luiz Pedrosa.

Há cinco meses no Centro de Controle de Zoonoses, outra égua, a Miguelina, foi encontrada abandonada no bairro São Miguel, com um corte provocado por foice em um dos membros anteriores. Estava tão debilitada que precisou ser carregada por quatro pessoas ao ser retirada do caminhão, já não ficava mais em pé. O tratamento foi iniciado com remédios e troca de curativos duas vezes ao dia. Hoje Miguelina já fica em pé e se alimenta bem, apesar do trauma sofrido e das fortes dores.

“Estes animais sentem dor, medo, frio, fome. Sensações que muitas vezes as pessoas pensam não existir. Sem falar nos traumas psicológicos que precisam ser tratados também”, conclui Antônio Luiz. Os animais recolhidos das ruas durante as rondas diárias ficam no Centro de Controle, os proprietários, quando encontrados, recebem o aviso e precisam cumprir algumas exigências para retirada, como o exame negativo para anemia infecciosa equina, além de pagar taxa de estadia. Em casos de reincidência, quando o mesmo animal é recolhido pela segunda vez, o proprietário perde a posse.

“É necessário que as pessoas entendam e se conscientizem que maltratar os animais é crime e que estes seres possuem sentimentos e merecem respeito. Aqui no Zoonoses buscamos oferecer serviços que promovam o bem-estar dos animais e o incentivo à adoção consciente. A castração gratuita de cães e gatos adotados por famílias de baixa renda e a marcação com microchips, implantados sob a pele dos cavalos são exemplos desse compromisso que temos com os animais e a saúde pública da população, fala o coordenador do Zoonoses, Dorimar Almeida.

Em média, as equipes do Centro de Controle de Zoonoses retiram 20 equinos de logradouros públicos todos os meses. Além de rondas diárias para busca de animais soltos, as denúncias são outra fonte que ajuda no trabalho de captura. Para denunciar maus-tratos a animais a população pode utilizar o telefone/WhatsApp (77) 99803-4508. O Zoonoses fica às margens da BR-135, saída para São Desidério.

Dircom

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