Casa lotada, público atento e encantado com a programação literária e teatral durante toda a quarta-feira, 23. Com esse clima foram finalizadas as atividades do segundo dia da VI edição da Festa Literária Internacional de Barreiras-Flib no Centro Cultural Rivelino Silva de Carvalho, que encerrou a noite com o espetáculo teatral solo “Cachiá”.

Com a temática “ As Literaturas Afro-brasileiras e Africanas: conectando mundos”, buscando valorizar a raça negra, as matrizes, a literatura e influência afro no Brasil, a Flib realizada pelas Secretarias de Educação e de Cultura e Turismo de Barreiras e instituições educacionais que compõem a Curadoria, apresentaram as vertentes culturais, artísticas, musicais e educacionais por meio de saraus, seminários, mostras, teatro, música, poemas, lançamento de livros, oficinas e rodas de conversas.

Encerrando a programação do segundo dia, no palco, a atriz barreirense do grupo Cia Teatrando, Kléssia Rilen, interpretou história real de Cachiá, uma mulher negra, moradora de rua e deficiente visual, tem como moradia uma frondosa Pitombeira. Apesar da trágica condição, relata com humor os desafios da vulnerabilidade social, a musicalidade através da gaita de estimação e alegria ao receber uma moeda de esmola.

Os estudantes da Escola Municipal Mirandolina Ribeiro de Macêdo acompanharam atentamente, e a jovem Suelen Xavier se emocionou com a resistência e luta da personagem para defender sua “casa”, quando grandes empresários despejaram os homens e mulheres em situação de rua do local. “É muito real, e infelizmente assistimos isso diariamente, ou seja, mulheres e homens negros, marginalizados, passando fome, sem moradia e humilhados pelos poderosos. Uma reflexão que fica no ar para todos que assistiram Cachiá”, disse a estudante.

A subsecretária de Cultura e Turismo, Emília Moreno e a Curadora Marilde Guedes acompanham de perto a programação, agradecendo o envolvimento estudantil e dos fazedores de cultura.

“O segundo dia de Flib foi emocionante, com inúmeras atividades em todos os espaços. Fechamos a programação do dia com essa peça teatral, que nos remete a analisar as histórias de vida, os medos, as dificuldades, as resistências, a luta pela visibilidade social e tantos outros dissabores enfrentados pelo povo negro. Essas inquietações mudam comportamentos, e abre um nosso repensar, e a Flib é isso, é ampliar conhecimento, mudar comportamentos, ressignificar atitudes, valorizar o melhor que existe em nós e nas pessoas”, finalizou a subsecretária.

Dircom

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