Foto//Abapa
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) tem novo presidente. No dia 1º de janeiro assumiu o comando da entidade Júlio Cézar Busato. Ele sucede Milton Garbugio. Desde a criação da Abrapa, em 1999, as eleições da presidência da associação seguem uma linha sucessória pré-estabelecida na composição da diretoria, que permite saber, com antecedência e por longo prazo, os próximos presidentes.
Busato comanda a Abrapa no biênio 2021-2022 e elencou como metas de trabalho cinco frentes: qualidade, rastreabilidade/dados, sustentabilidade, promoção e relações institucionais. Ele acredita que um dos maiores desafios é a inovação e avançar no programa Standard Brazil HVI, que trata da qualidade nos resultados de análise instrumental de fibra por HVI (High Volume Instrument). A meta é criar uma espécie de “visto” para o algodão brasileiro exportado, de modo que ele tenha, de antemão, a credibilidade do mercado. O nome ainda é provisório, e está sendo chamado de Blue Card. “Uma iniciativa a ser implementada com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que, através de um certificado, ateste a rastreabilidade e a qualidade da fibra produzida no país, por meio de um programa de autocontrole”, explicou.
O novo presidente também pretende reforçar a área de rastreabilidade, na qual a Abrapa já tem uma estrutura que permite aos compradores e vendedores da pluma brasileira saber, através de um código de barras, o passo a passo do produto como: de que fazenda veio, onde foi beneficiado, resultados de análise de HVI. Como meta está o lançamento de uma plataforma que permita a total rastreabilidade da cadeia de fornecedores, inclusive rastrear a sustentabilidade, atestada pelo programa ABR.
Busato também deve dar continuidade, expandir e avançar em todos os programas da Abrapa, como o movimento Sou de Algodão e o Cotton Brazil. Também há inovações no Congresso Brasileiro do Algodão (13º CBA), que, neste ano, acontece na Bahia.
Busato é gaúcho de Casca e tem 59 anos. É descendente de uma longa linhagem de agricultores, o que inspirou sua formação de Engenheiro Agrônomo, graduado pela Universidade de Passo Fundo (RS). Em 1987, mudou-se para a Bahia onde, com a família, fundou a Fazenda Busato/Grupo Busato, que produz, além do algodão, soja e milho, nos municípios de São Desidério, Serra do Ramalho e Jaborandi.
É uma liderança de classe atuante e reconhecida no Brasil: foi presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), do Programa de Desenvolvimento do Agronegócio (Prodeagro) e do Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro).