A Festa Literária Internacional de Barreiras – Flib deixou no ar, uma atmosfera repleta de cultura, literatura e celebrou sucesso de público e de grande repercussão. Realizada de 23 a 25 de maio, a Flib foi preparada com muito carinho pelas Secretarias de Cultura e Turismo e de Educação com a Curadoria, composta por instituições de ensino, integrando as comemorações aos 132 anos de emancipação política de Barreiras.
Durante todos os dias, a programação foi intensa pela manhã e tarde, nos espaços da Flibinha no ABCD, Centro Cultural Rivelino Silva de Carvalho, Praça Duque de Caxias, Praça Amphilóphio Lopes, Escola Municipal de Teatro, Academia Barreirense de Letras (ABL), Museu Municipal Napoleão de Mattos Macêdo e Biblioteca Municipal Folk Rocha. As participações dos estudantes marcaram as atividades nos espaços públicos, a exemplo da estrutura da Praça Amphilóphio Lopes, que ficou movimentada com visitação de escolas públicas e particulares aos estandes, além das apresentações musicais, teatrais e dança no palco central.
Nas estruturas de estandes as exposições de escritores negros, peças produzidas por artistas, projetos e a influência artística africana ficaram em evidência. Uma das novidades ocorreu no Museu Municipal Napoleão de Mattos Macêdo com oficinas gratuitas de confecção de Eco Bags e oficina de história do Acarajé. Ainda na Biblioteca Folk Rocha, diariamente, os estudantes e visitantes conheceram e participaram das oficinas de bonecas Abayomi, criadas para as crianças, jovens, adultos na época da escravidão. As mulheres negras confeccionavam com pedaços de suas saias, único pano encontrado nos navios negreiros, para acalmar e trazer alegria.
A professora aposentada Ruth Maria Costa Goncalves de Oliveira, aos 82 anos, fez questão de visitar cada espaço da Flib, relatando sua felicidade com a valorização da literatura, o tema de afrobrasilidade e também do reencontro com seus ex-alunos. “A palavra é encantada. Uma felicidade retornar a Barreiras e encontrar uma Festa Literária desse porte, com tamanha sensibilidade em tratar as influências africanas e ainda, conseguir envolver de forma tão intensa, os estudantes e jovens. Revivi a literatura e pude abraçar amigos, meus ex-alunos e tantas pessoas que amam o conhecimento. Essa sensação não tem preço”, disse dona Ruth Maria.
Os literatas receberam apoio para lançamentos e relançamentos de obras literárias com poemas, versos e livros que pautam as questões raciais, ancestralidade, saúde, violências, resistências e persistências dos negros no Brasil. A Prefeitura de Barreiras apoiou o lançamento de mais de 30 literaturas que aconteceram durante a Flib. Acompanhada da subsecretária Emília Moreno, a curadora professora Dra. Marilde Queiroz Guedes estava emocionada ao agradecer a participação das escolas e instituições participantes, além de comemorar a repercussão da Flib em eventos educacionais e com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia.
“Finalizamos a Flib com a sensação muito além do dever cumprido, com a certeza que este evento é um marco na literatura do Oeste da Bahia. As participações e integrações foram intensas, muita literatura, música, arte, teatro, histórias baseadas no tema central foram expostas de forma dinâmica. Agradeço a participação dos palestrantes, dos artistas, dos estudantes, professores e cada um, que fez parte desse sucesso. Recebemos com imensa alegria a notícia que a Flib é assunto marcante dentro de eventos educacionais, e principalmente na Secretaria de Educação do Estado, que elogiaram a nossa sensibilidade de discutir as literaturas afro-brasileiras e africanas. Esperamos muito mais no próximo ano, pois a Flib só tende a conectar mais e mais os mundos”, finalizou Marilde Guedes.
Segundo a subsecretária de Cultura e Turismo, Emília Moreno, os dados e estimativas atestam que milhares de pessoas passaram pelo evento durante as palestras, rodas de conversas, oficinas, lançamentos de livros, peças teatrais e shows.
“A Festa Literária Internacional de Barreiras comemorou um saldo altamente positivo de público, onde convergimos estudantes, escritores, educadores e visitantes nos multiespaços, abrindo a discussão sobre as minorias, racismo, religiões, literatura em sala de aula, necessidade de reparação histórica africana, além dos escritores esquecidos e tantas outras questões, que em três dias foram focos da nossa Flib. Já recebemos dados da movimentação na rede de hotéis, visitações aos estandes, comerciais, e percebemos que além da cultura e educação, o evento também movimentou a economia e o turismo”, pontuou.
Ainda segundo a subsecretária, esse feedback que a cada dia chega sobre a assertividade em discutir o tema Literaturas Afro-brasileiras e Africanas: conectando os mundos, sendo destaque em todo o estado e fora da Bahia, deixa toda equipe feliz. “Agradeço a confiança da Gestão, o empenho das instituições que compõem a Curadoria, da equipe da Secretaria e todos que abrilhantaram a Flib 2023, e com certeza, a próxima edição será ainda maior”, finalizou Emília Moreno.
Curadoria – A Flib 2023 foi uma realização da Prefeitura de Barreiras, através da Secretaria de Cultura e Turismo, com participação de uma curadoria composta pela Secretaria Municipal de Educação, Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFBA), Núcleo Territorial de Educação (NTE/11), Academia Barreirense de Letras (ABL) e Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB).
Dircom