O site Mais Oeste presta uma singela homenagem ao republicar o último texto do nosso eterno colunista Mário Machado, que faleceu nesta quinta-feira (28).
Hoje celebramos o Dia da Consciência Negra. Mas que consciência?
O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. Foi criado em 2003 como efeméride incluída no calendário escolar — até ser oficialmente instituído em âmbito nacional mediante a Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, sendo feriado em cerca de mil cidades em todo o país e nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro através de decretos estaduais. Em estados que não aderiram à lei, a responsabilidade é de cada câmara de vereadores, que decide se haverá o feriado no município.
A ocasião é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, um dos maiores líderes negros do Brasil que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista. (Wikipédia) A única coisa que vemos Brasil e mundo afora é uma enorme distorção da realidade, até porque ela feia, muito feia. Não existe consciência negra e nem muito menos consciência branca, o que existe é discriminação, preconceito, bullying, desrespeito, descaso, mas principalmente falta de amor ao próximo.
Cientista usaram uma cobaia humana negra e outra branca e fizeram uma importante descoberta, ao serem cortados ambos sangravam sangue vermelho, acabou a diferença. 324 anos após a morte de Zumbi percebemos que ela continua sendo em vão, podem até ter servido aos propósitos da época, mas hoje em dia, infelizmente não. São homens, mulheres, crianças, idosos abandonados a própria sorte, porém não quero que vejam esta frase como vitimização ou a tomem para se vitimarem, pois o espirito de Zumbi ainda corre em suas veias, por isso não se entregam, mas continuam sendo postos a margem, basta ver os números: 1% advogados; 4% chefes; 7% homens formados; 12% ensino superior; 19% juízes; 24% Câmara. 59% feminicidios; 61% presidiários; 64% trabalho infantil; 75% homicídios; 79% mortes violentas; 85% trabalho escravo – (Fonte: OAB/RS-Comissão Especial da Igualdade Racial-Comissão Especial da Verdade Sobre a Escravidão Negra).
O Yin Yang, símbolo filosófico utilizado para ilustrar esta coluna, prova que o preto e o branco são um só, que um tem o outro e que o outro tem o um. Um está contido no outro. Um pertence ao outro. Que ambos fazem parte do mesmo universo, da mesma diversidade e para completar, um não vive sem o outro. Vivemos todos em uma barca chamada Terra, onde todos somos marujos e todos somos capitães, e que todos devemos cuidar da barca assim como de seus marujos e capitães, para a barca não afundar. Nossa consciência é preta e branca. Não tem para onde fugir. Temos sim, que sermos conscientes de que o outro não é nem melhor e nem pior do que ninguém, assim como o inverso também é verdadeiro.
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar” – Nelson Mandela.