O recado das urnas, nas eleições municipais em todo o Brasil, nos faz ver claramente, que a esquerda brasileira, sobrevive e ainda é muito forte, principalmente através de PSOL e PSB, porque o PT, ainda sofre muita resistência. Mas não só a esquerda vive e respira no cenário político nacional, igualmente ressurgem com músculos consistentes, MDB, DEM e PSDB.
Quando o fenômeno Jairo Bolsonaro, suplantou os tucanos para se tornar o candidato Anti PT, e enfrentar o poste de Lula, Haddad, em seguida elegendo-se de forma espetacular e ainda, levando ao poder o outrora partido nanico PSL, muitos analistas políticos, entendiam que ali, morriam os partidos mais tradicionais, com o surgimento de um novo nicho da política nacional, bem a Direita, os Conservadores, capitaneados por Bolsonaro.
Contudo em dois anos de mandato, o presidente Bolsonaro, não só brigou com a cúpula do partido que o elegeu e a qual ajudou a colocar no poder, mas rompeu com figuras insólitas e pitorescas do novo cenário político, como Frota, Joice, Senador Major Olimpio, para então aproximar-se do Centrão (PP, SD, PL, PSD, MDB, entre outros).
Bolsonaro, acha, que o seu eleitor, é exclusivamente seu e em nenhum momento, pensou em liderar um quadro político, baseado em paradigmas, programas, de pensadores de Direita, veja-se que até Olavo de Carvalho, outrora guru dos filhos de Bolsonaro, tem criticado a omissão do presidente quanto ao comando da chamada Nova Direita.
Sem partido, o presidente que tentou criar um novo partido, denominado Aliança Pelo Brasil, tem flertado politicamente com candidatos de outros partidos, os quais, ele acha, se enquadram na sua ideologia, como Patriotas, PRTB, Republicanos.
Mas o eleitor brasileiro, principalmente a classe média, não gostou nada da inconstância de Bolsonaro. Claramente, não apoiou seus candidatos, e não encampou o pensamento do presidente de votar nos seus candidatos, apenas porque são seus candidatos. Nas eleições municipais de 2020, o eleitor de centro ou mesmo de direita, abraçou os velhos partidos, e elegeu candidatos da chamada velha politica. Democratas elegeram em primeiro turno, prefeitos em três capitais, Salvador, Florianópolis e Curitiba. O PSDB elegeu a prefeita de Palmas, e ainda Natal, vai para o segundo Turno em São Paulo, Além disso foi o partido que elegeu mais prefeitos nas ditas cidades grandes.
Bolsonaro comemorou na internet, dizendo que a esquerda sofreu uma grande derrota. Mas, parece que não foi bem assim. Veja-se que aqui na Bahia, os ditos bolsonaristas, pelo menos, os que lhe apoiaram na eleição, como Dayane Pimentel e Comandante Rangel, do PSL, tiveram resultados pífios, e mesmo Cesar Leite, do PRTB, com um honroso terceiro lugar em Salvador, não empolgaram muito os eleitores, mesmo, declarando-se gente do presidente.
O Recado está dado pelo povo, ou melhor, pelo eleitor. Bolsonaro, que briga com quem quer, xinga quem quer e desafia quem pode, colhe desafetos, perde aliados. Ele, acha que basta a si mesmo, mas nunca se pode menosprezar a organização partidária nos municípios, e DEM, PSDB, MDB e mesmo o PP, já estão escaldados das últimas derrotas nacionais.
Do outro lado, a esquerda, lambe as feridas, volta a crescer, esperando que será seu candidato, um Lula livre da Justiça, ou um Boulos cacifado por São Paulo? Flavio Dino foi derrotado no Maranhão, e Rui Costa que já andou sonhando com o Planalto, teve uma derrota acachapante em Salvador, descobrindo que o futuro do PT, na Bahia, passa e muito pelo humor de seu parceiro preferencial, João Leão do PP, que ainda reina no interior da Bahia e será peça fundamental nas eleições de 2022, apesar do oeste ter eleito nas suas maiores cidades, dois candidatos do DEM.
O recado está dado…. muita água vai rolar embaixo da ponte, para 2022…. vamos aguardar.