O(A) leitor(a) por mais que ande meio desligado em virtude do final do ano, e dos festejos natalinos, já deve ter sido bombardeado pela mídia nacional, que divulga pela televisão, rádio e mídias sociais, o novo “sucesso” da cantora funkeira Anita, intitulado: “Vai Malandra!”. Segundo a mídia nacional, virou sucesso. Claro, deve ser, não tenho dúvidas. Aliás, deveriam em plebiscito nacional, escolher esta música como novo hino brasileiro. Nada mais brasileiro na atualidade de que uma música Vai Malandra, com um clipe que começa mostrando uma bunda grande, com celulite, mas que seduz a imaginação de milhões de brasileiros. Não pela bunda, nem letra, nem muito pela música, o Vai Malandra de Anita, é simbólico, só pelo título, já que o brasileiro se acha malandro, em qualquer situação. A malandragem nacional já foi exaltada em música por Bezerra da Silva, por Chico Buarque, e por tantos outros compositores brasileiros. Só por aí, já vemos que a culpa do amor a malandragem, é coisa arraigada no cenário nacional.
Os portugueses, quando invadiram o Brasil com Cabral (não o governador tunguista), malandramente, começaram enganando os índios tupiniquins, com miçangas e depois sua religião, até escravizarem ou matarem quantos índios pudessem, tomando-lhe as terras. Nos anos 70 do século XX, tivemos clássica propaganda, onde o jogador Gerson, propagandeava a malandragem, falando em levar vantagem. E o que virou o Brasil de hoje, para darmos de exemplo. Claro que piorou. Vemos um legislativo que malandramente aprova leis execráveis pela população. Vemos o Executivo, malandramente aprovar seus projetos, prostituindo o legislativo, com mensalinhos, mensalões, tudo regado pelo farto dinheiro público e pelo suborno que as empresas privadas pagam a Legislativo e Executivo. Já o judiciário, malandramente, finge que trabalha, enquanto seus mandatários se beneficiam de altos salários e fartas mordomias, enquanto a população paga altos valores de custas judiciais por serviços ineficientes. VAI MALANDRA! VAI MALANDRO! O Clipe de Anita, é a cara do que a mídia brasileira adora, com suas favelas, seus estereótipos de vida fácil, de sexo fácil. Mas, num país onde o presidente da República é gravado pedindo auxílio a um empresário picareta que ficou milionário no governo de outro presidente picareta, condenado e pretenso candidato a presidente da República e onde milhões de reais, dólares e euros circula em malas e cuecas, vamos criticar a malandra de Anita, acho que não.
Em um país onde um ministro do Supremo Tribunal Federal, com agilidade espetacular solta os maiores tunguistas lesa pátria, enquanto milhares de presos comuns aguardam uma audiência, como se tudo fosse normal, falar o que, criticar o que, vão malandros, se locupletem, ante a impunidade. Pobre Brasil, pobres brasileiros, cada vez mais tungados pelos malandros, malandras, cada vez mais pobre culturalmente, com músicas e letras de péssima qualidade, dominado por uma mídia infeliz, de esquerdopatas a serviço da destruição da família tradicional e do que resta de ordem neste país tragicômico.