Começa na manhã desta segunda-feira (19) a Semana Latino-Americana e Caribenha sobre Mudança do Clima, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), no espaço Salvador Hall, na Avenida Paralela, em Salvador. O evento segue até a próxima sexta-feira (23).

A semana foi alvo de polêmica três meses antes de sua realização, após o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciar o cancelamento do evento e, em seguida, voltar atrás.

Na época, o ministro havia dito que o cancelamento se daria porque o Brasill já havia desistido de sediar a Conferência do Clima da ONU, a COP 25, que ocorrerá em dezembro, no Chile. “Vou fazer uma reunião para a turma ter oportunidade de fazer turismo em Salvador? Comer acarajé?”, declarou ao blog da Andréia Sadi.

A programação do evento nesta semana tem workshops, passeio ciclístico, palestras sobre o meio ambiente e mudanças climáticas, com a presença de representantes de 26 países.

A Semana do Clima reunirá líderes, formuladores de políticas, atores regionais e globais para discutir ações climáticas para a região. O evento teve mais de 3,5 mil inscritos, sendo 40% de fora da cidade.

Segundo a prefeitura, as inscrições foram gratuitas e ocorreram até a última sexta-feira (16) pelo site da Semana do Clima.

O encontro, organizado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), é um dos eventos preparatórios da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (Cop 25), que será realizada em dezembro, em Santiago, no Chile.

O Brasil havia sido eleito país-sede para a convenção mas, no fim do ano passado, a pedido do presidente eleito Jair Bolsonaro, o governo federal desistiu de receber a cúpula, alegando que precisaria gastar até R$ 500 milhões em sua realização.

O evento também é destinado à implementação do Acordo de Paris, que visa combater as mudanças climáticas. Em vigor oficialmente desde novembro de 2016, o cumprimento das metas tem como objetivo manter o aumento da temperatura média mundial “muito abaixo de 2°C”, mas “reúne esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5°C”, em relação dos níveis pré-industriais.

O acordo foi aprovado por aclamação por representantes de 195 países na COP 21, em dezembro de 2015.

Os cantores e compositores Gilberto Gil e Carlinhos Brown se apresentarão como parte da programação da Semana do Clima.

Gil levará ao palco um show composto por grandes sucessos da carreira. No repertório, canções como “Toda Menina Baiana”, “Andar com Fé”, “A Novidade”, “Palco” e outras.

Já o show de Brown será um mix de sucessos com músicas que chamam atenção por retratar e reforçar a questão urgente do clima, a exemplo de “Mixturação”, “Earth Mother Water” e “Romântico Ambiente”.

Desmatamento na Amazônia

A Semana do Clima também ocorre em meio aos questionamentos sobre o desmatamento na Amazônia. Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que não é ligado ao governo, houve um aumento de 15% no acumulado de agosto de 2018 a julho de 2019 em comparação com total registrado nos 12 meses anteriores. A área desmatada nos últimos 12 meses chegou a 5.054 km².

O sistema do Imazon utiliza na medição o período entre agosto e julho da mesma forma que o Prodes, sistema oficial usado pelo governo federal para monitorar o desmatamento da Amazônia.

De acordo com especialistas, o intervalo começa em agosto de determinado ano e termina no ano seguinte para que se possa abranger melhor as épocas de chuva e seca na região, que podem influenciar na ação de queimadas ou extração de árvores.

Levando em conta apenas o período entre janeiro e julho de 2019, o total da área desmatada, segundo o SAD, foi de 3.348 km². Isso representa uma variação de -0,41% em relação aos mesmos meses de 2018.

G1

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