A Bahia Pesca estima que cerca de 16 mil pescadores foram afetados, direta ou indiretamente, pelo derramamento de óleo nas regiões de Salvador, Itaparica, Vera Cruz e praias do Litoral Norte, até a divisa com Sergipe. Somente em Salvador, segundo informou nesta quarta-feira (23) a prefeitura, agentes da Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb) já retiraram 104 toneladas e 800 quilos de óleo das praias, desde a quinta-feira (10), quando começou o aparecimento das manchas na capital.
De acordo com a Bahia Pesca, os impactos diretos são a presença do óleo na área de pesca, que impedem a atividade pesqueira. Já o impacto indireto, se reflete na queda do volume de vendas do pescado, já que os consumidores estão mais cautelosos nas cidades atingidas pelo óleo.
Técnicos da Bahia Pesca avaliam desde o início outubro, os impactos das manchas de óleo sobre a pesca e os trabalhadores. Uma das ações definidas é a coleta de peixes e mariscos para análise laboratorial e envio de relatório à Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado da Bahia, que determinará se esse pescado é próprio para consumo ou se está contaminado.
Segundo a Bahia Pesca, a coleta é realizada em quatro etapas. Na primeira, os técnicos da Bahia Pesca fazem a identificação das áreas afetadas pelo derramamento de óleo. Em seguida, visitam as comunidades pesqueiras que foram impactadas com esse óleo.
Segundo o órgão, as duas etapas ainda estão em andamento, já que novas manchas de óleo continuam chegando ao estado. As áreas de pesca que já foram vistoriadas ficam em Conde, Esplanada, Entre Rios, Mata de São João, Camaçari e Lauro de Feitas.
A terceira etapa é a coleta dos indivíduos e entrega a um laboratório para que se faça a análise da segurança do consumo do pescado. Essa etapa também está em andamento e deve ser finalizada até 1º de novembro.
Serão coletados, segundo o órgão, quase 200 indivíduos em seis regiões do estado: Jandaíra (em rio Real), Conde (no rio Itapicuru), Entre Rios (rio Subaúma e rio Sauípe), Camaçari (rio Jacuípe), Lauro de Freitas (rio Joanes), Itapuã (no mar) e Santiago do Iguape (área de controle, não atingida pelo óleo).